segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Aneurisma aórtico - Uma bomba de tempo...

Definição: Dilatação patológica que envolve as três camadas da aorta, seja no segmento torácico ou no abdominal.
Etiologia: Quando o aneurisma afeta toda a circunferência do vaso ele é dito fusiforme, e quando afeta apenas um determinado segmento da circunferência, diz-se que é sacular. Sua etiologia está intimamente associada à aterosclerose, no entanto pode estar associado ou ser decorrente de outras patologias, como hipertensão, doenças infecciosas (tuberculose e sífilis), doenças do colágeno (Marfan), vasculites (Takayasu), trauma etc. O aneurisma de aorta torácica ascendente geralmente é causado por necrose cística da camada média, enquanto a aterosclerose é a causa mais comum de todos os demais segmentos.

Diagnóstico Clínico:
Os aneurismas aórticos costumam ser ASSINTOMÁTICOS, e por isso é enorme o risco de morte súbita. As manifestações estão relacionadas ao crescimento do aneurisma e a como ele afeta estruturas adjacentes.

Aneurisma de aorta torácica:
• dor torácica;
• dispnéia;
• tosse;
• rouquidão;
• disfagia;
• insuficiência cardíaca (devido à insuficiência aórtica);
• congestão de cabeça, pescoço e membros superiores (compressão da veia cava superior).

Aneurisma de aorta abdominal:
• dor abdominal;
• dor lombar;
• pulsação abdominal;
• hematêmese (presença de sangue nas fezes)

Diagnóstico Diferencial:
A tomografia e a ressonância magnética são exames sensíveis e pouco invasivos para o diagnóstico dos aneurismas. Nos pacientes que serão submetidos à cirurgia é necessária a realização de aortografia. No aneurisma de aorta abdominal devemos contar ainda com a ultra-sonografia (eco-doppler), que é muito valiosa para acompanhar o tamanho do aneurisma de forma seriada, com baixo custo e pouca invasividade.

Tratamento:
A indicação de cirurgia e de colocação de uma prótese vascular depende do tamanho e da localização do aneurisma e deve ser bastante criteriosa devido à elevada mortalidade operatória da cirurgia em si e das condições patológicas geralmente associadas, como aterosclerose, doença coronariana etc.
Nos aneurismas de aorta torácica ou abdominal sintomáticos a intervenção cirúrgica está sempre indicada. Nos aneurismas de aorta torácica com diâmetro maior do que 6 cm e nos aneurismas de aorta abdominal maiores do que 5 cm, ambos assintomáticos, a cirurgia também está indicada. Nos demais o tratamento é clínico com acompanhamento seriado do tamanho do aneurisma.
O tratamento clínico é feito com ß-bloqueador e visa diminuir a tensão na parede do vaso.
A maioria dos aneurismas de aorta abdominal desenvolve-se lentamente ao longo dos anos e não apresenta sintomas até que se rompa.
Algumas vezes o médico pode sentir uma massa pulsante ao examinar o abdômen do paciente.

Quando os sintomas estão presentes podem incluir:
* Dor penetrante nas costas ou do lado do abdômen.
* Dor contínua no abdômen, que pode durar de horas a dias.
* Sensação de frio, falta de sensibilidade ou formigamento nos pés devido ao fluxo de sangue bloqueado nas pernas.

Se o aneurisma de aorta abdominal romper, os sintomas podem incluir dor súbita e severa no abdômen inferior e costas; náusea e vômito; transpiração na pele; tontura; e batimento cardíaco rápido quando ao levantar. O sangramento interno decorrente do rompimento do aneurisma pode colocar a pessoa em choque circulatório rápidamente, sendo muito difícil conseguir estabilizar o paciente a tempo.

Sinais e sintomas do aneurisma de aorta torácica: O aneurisma de aorta torácica pode não apresentar qualquer sintoma até que comece a vazar ou crescer. Os sinais e sintomas podem incluir:
* Dor no maxilar, pescoço, costas ou peito.
* Tosse, rouquidão e problema para respirar.

Recomendações:
Especialistas recomendam que homens de 65 a 75 anos de idade, que já foram fumantes, façam um exame de ultrasom para procurar por aneurisma de aorta abdominal.
O tratamento recomendado para aneurisma de aorta é baseado no tamanho do aneurisma:
* Se o diâmetro da aorta for pequeno - menos de 3 centímetros - e não houver sintomas, "acompanhamento cuidadoso" e exames durante 5 a 10 anos podem ser tudo o que é preciso, de acordo com o que o médico determinar.
* Se a aorta tiver entre 3 e 4 cm de diâmetro, o paciente deve retornar ao médico a cada ano para ultrasom, a fim de verificar se o aneurisma cresceu.
* Caso a aorta esteja entre 4 e 4,5 cm, o ultrasom deve ser repetido a cada 6 meses.
* Se o diâmetro da aorta for maior que 5 cm, ou tiver crescido mais de 1 cm por ano, a cirurgia deve ser considerada o mais rápido possível.

Pequenos esforços físicos são contra-indicados pois podem levar ao rompimento do aneurisma (por exemplo: agachamentos, esforços físicos isométricos ao levantar pesos, subir escadas... até um esforço maior ao evacuar, com oclusão reflexa da glote promovendo a Manobra de Valsalva, com aumento da pressão intra-torácica)

http://www.youtube.com/watch?v=khNjMUnZWRY
Leituras complementares:
Fisiopatologia - Smith & Thier - Editora Interamericana
Tratado de Medicina Interna - CECIL
www. medcentermedscape.com.br
www.cetrus.com.br/artigos-cientificos/aneurisma-de-aorta-abdminal

terça-feira, 19 de outubro de 2010

São Carlos recebe físico premiado com Nobel

Conferência acontecerá durante a 1ª Escola Avançada de Spintrônica e Computação Quântica, organizada pela UFSCar e pela USP

De 1º a 5 de novembro, São Carlos receberá a Primeira Escola Avançada de Spintrônica e Computação Quântica, evento organizado em parceria entre o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e o Departamento de Física da UFSCar. O objetivo da Escola - que está entre os sete projetos aprovados na primeira chamada do programa "Escola São Paulo de Ciência Avançada", da Fapesp - é promover a interação entre pós-graduandos e jovens doutores de outros países e, também, regiões brasileiras, com pesquisadores de São Carlos e líderes internacionais nessa área de pesquisa.

Dentre os conferencistas convidados para a Escola está Peter Grünberg, pesquisador alemão que recebeu o Prêmio Nobel de Física em 2007, juntamente com o francês Albert Fert. Grünberg foi agraciado com o Nobel por sua descoberta do fenômeno da magnetorresistência gigante, que revolucionou os setores de informação e comunicação, permitindo aplicações, por exemplo, no aumento significativo da quantidade de informações que podem ser armazenadas nos discos rígidos dos computadores.

A Escola terá, além das conferências, sessões de pôsteres em que os participantes selecionados poderão apresentar e discutir suas pesquisas com os demais estudantes e, principalmente, com os maiores especialistas mundiais na área. Serão selecionados, dentre os inscritos, 50 participantes brasileiros e 50 de outros países.

O programa "Escola São Paulo de Ciência Avançada" fez sua primeira chamada de projetos em outubro de 2009, com o objetivo de fomentar cursos de curta duração em temas avançados de Ciência e Tecnologia. O objetivo é trazer ao Estado de São Paulo jovens estudantes - no final da graduação e pós-graduandos - e pós-doutorandos de outros países e, também, de outras regiões brasileiras, estimulando assim sua interação com estudantes e pesquisadores paulistas. Com isso, a Fapesp visa atrair talentos para o Estado e, também, dar visibilidade internacional à pesquisa desenvolvida em São Paulo. Além dos sete projetos aprovados na primeira chamada, já estão previstas outras sete Escolas Avançadas, aprovadas em chamada publicada em abril de 2010.

O comitê organizador da Primeira Escola Avançada de Spintrônica é formado por José Carlos Egues, do IFSC, que preside o evento; Adilson J. A. de Oliveira e Yara G. Gobato, da UFSCar; Guilherme M. Sipahi e Esmerindo Bernardes, da USP. O site da Escola é www.spin2010.ifsc.usp.br

Fonte: http://www.correioweb.com.br/euestudante/noticias.php?id=14611

sexta-feira, 9 de julho de 2010

SOLIDÃO E TOC ( Transtorno Obsessivo Compulsivo)

Algumas pessoas simplesmente não conseguem se relacionar bem com outras pessoas, sem motivos aparentes, sem crises de agressividade por exemplo.
Isto afeta as relações de trabalho, relações familiares, mas PRINCIPALMENTE, são fatores que impedem a criação de novos laços, como amigos novos, namorados....
Milhões de pessoas podem estar solitárias devido ao constrangimento que este transtorno causa, ou pela recorrência de pensamentos que impedem a pessoa de confiar no parceiro, à vergonha, ou mesmo incompreensão dos motivos, inclusive por parte da pessoa afetada por este mal.
Isolam-se... permanecem solteiras... enfim... SOFREM !!! E nem sequer sabem que possuem tal transtorno...
O Transtorno Obsessivo-Compulsivo, mais conhecido como TOC, pode ser considerado um dos transtornos psicológicos mais difíceis de serem explicados, devido a sua complexidade.
A facilidade em confundir os sintomas com manias e superstições e a falta de conhecimento do portador sobre a doença, torna seu diagnóstico extremamente complicado de ser definido.
Um dos principais motivos que levam a população em geral ao pouco conhecimento sobre o TOC é a falta de informações divulgadas pela imprensa. Esta teria um papel fundamental na proliferação de tais informações, devido ao seu poder de alcance e de persuasão.
No entanto, poucos veículos de comunicação abrem espaço para que as dúvidas sobre o transtorno sejam esclarecidas ou para que os portadores tenham a oportunidade de compartilhar suas experiências.
A falta de informações sobre o TOC, que resulta no escasso conhecimento por parte da sociedade, faz com que o portador tenha receio de se expor, dificultando suas relações interpessoais. O medo de ser incompreendido ao exercer uma compulsão ou no momento de falar sobre suas obsessões com alguém leva o paciente, inclusive, a resistir ao tratamento médico.
CARACTERÍSTICAS DO TOC:
O transtorno obsessivo compulsivo é caracterizado por imagens mentais, pensamentos, vontades ou impulsos que invadem a consciência involuntariamente. A maioria dos casos de TOC aparece na vida adulta, porém hoje se sabe que pode ter início a partir dos seis anos de idade. A dinâmica familiar exerce um papel considerável no aparecimento e na evolução deste distúrbio, uma vez que influencia diretamente o desenvolvimente da criança. Desta forma, é importante ficar atento à forma como cada família lida com os problemas do dia-a-dia e de ser relacionar.
Os impulsos, as imagens e os pensamentos que invadem a consciência da criança são muito difíceis de serem identificados, pois nesta faixa etária é comum que todas as crianças tenham pensamentos mágicos e fantásticos (como evitar pisar na sombra, contar os passos, etc). Em contrapartida, para identificar a ansiedade que as obsessões causam, há as compulsões que são compreendidas como regras ou rituais que a criança desenvolve para buscar alívio ou prevenir pensamentos obsessivos. Em casos extremos o comportamento da criança pode ser completamente escravizado por estes pensamentos.

OBSESSÕES
1. •Pensamentos e preocupações com sujeira, germes;
2. •Medo de algo terrível acontecer a si mesmo, ou alguém amado: fogo, morte, doença;
3. •Pensamentos sobre simetria, ordem, exatidão, perfeccionismo extremo;(receber um beijo em uma face e exigir que a outra face seja beijada...)
4. •Escrupulosidade excessiva, obsessões religiosas;
5. •Preocupação em perder secreção do corpo, urina, saliva;
6. •Pensamentos sobre números de sorte ou azar;
7. •Medo de ter impulsos de agressividade, algo proibido, impulsos sexuais;
8. •Medo de ferir os outros ou a si próprio;
9. •Sons, palavras ou músicas intrusas que “não saem da cabeça".

COMPULSÕES
1. •Lavar repetidas vezes as mãos, escovar os dentes, tomar banhos;
2. •Rituais de repetição como abrir e fechar a porta, descer escadas;
3. •Checar portas, travas, tarefas, luzes;
4. •Diferentes rituais (manias) de escrever, falar, se movimentar;
5. •Rituais para se livrar de contaminantes;
6. •Ter que tocar as coisas; ter que ajeitar sempre algum objeto, ter que fazer tudo com simetria e bilateralidade.
7. •Medidas preventivas para não machucar ninguém;
8. •Arranjar as coisas, colocar em certa ordem, observar extremadamente detalhes de posições de objetos e controlar assim se foram tocados por outras pessoas;
9. •Contar e recontar;
10. •Empilhar ou colecionar;
11. •Rituais de limpar ou organizar a casa ou objetos. Ao ser interrompido, ter que começar tudo de novo.

Prováveis Causas, ou Gatilhos: Na infância é normal que o transtorno obsessivo-compulsivo apareça associado ao transtorno de ansiedade de separação. O que agrava ainda mais o quadro, pois por medo de ser rejeitada e 'não amada', a pessoa evita mostrar os sintomas, falar sobre eles ou mesmo se expor a situações que o obriguem a realizar seus rituais, a pessoa se isola e não consegue muitas vezes, entregar-se à amizade, e consequentemente ao amor, por vergonha, desconfiança, ou medo de perder o controle da situação.

Tratamento
Quanto mais cedo forem identificados os sintomas, mais precocemente o transtorno será detectado e mais favorável será o prognóstico.
O tratamento consiste em uma avaliação detalhada feita por um profissional especializado, psicoterapia cognitivo-comportamental, podendo ou não ser prescrito medicamento específico.
Uma boa relação entre o paciente, a família, e o profissional é de suma importância para o sucesso do tratamento, pois ela precisa sentir-se à vontade para se expressar sobre os pensamentos e compulsões.
A avaliação corresponde a entrevistas individuais com a criança ou adolescente, com seus responsáveis e uma com toda a família reunida. É necessário compreender como funciona a dinâmica familiar, uma vez que a família pode estar interferindo, mesmo que involuntariamente, no aparecimento e desenvolvimento dos sintomas.
A orientação e a informação para todos os que convivem com o paciente de forma significativa são fundamentais para a que a evolução do quadro seja favorável.

(apenas uma resenha, com a intenção de divulgar, e talvez melhorar a vida de algumas pessoas...)

sexta-feira, 25 de junho de 2010

CERATOCONE - ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

1. Introdução
Ceratocone é caracterizado pelo afinamento pericentral da córnea, mais freqüentemente inferotemporalmente, resultando num astigmatismo irregular e alta miopia, a princípio de difícil diagnóstico. Não há predileção racial. O ceratocone geralmente se apresenta na segunda ou terceira década de vida. A progressão do ceratocone varia. Em alguns pacientes, ele evolui por um período de vários anos e em outros permanece estacionado. O ceratocone tem sido associado com Síndrome de Down, doenças atópicas e degeneração tapetorretiniana.
2. Etiologia
A etiologia do ceratocone não foi determinada. Há, porém, uma associação da doença com atopia. O epitélio do paciente com ceratocone tem uma redução dos níveis inibidores da proteinase alfa -1 e aumento das enzimas dos lizossomas. Coçar com força e vigorosamente os olhos é associado à pacientes com ceratocone, mas seu papel no desenvolvimento ou progressão da doença não é comprovado. Alguns estudos observaram uma prevalência familiar de menor do que 5% a 20%. Herança autossômica recessiva ou autossômica dominante com penetrância variável ou incompleta tem sido descrita. Dor severa está associada ao desenvolvimento de edema corneano pelo rompimento da membrana de Descemet (hidropsia corneana), que ocorre em 3% dos pacientes com ceratocone.
3. Achados ao exame
O exame do paciente com suspeita de ceratocone começa pela pele, observando se há doença atópica. Há distorção da pálpebra inferior pela córnea com a infradução do olho (sinal de Munson). O exame com lâmpada de fenda pode revelar linha na base do cone (anel de Fleischer), melhor observado com iluminação verde. O afinamento da córnea com pregas no endotélio (estrias de Vogt) pode ser observado. Nervos corneanos proeminentes podem ser observados em alguns pacientes. Cicatriz corneana apical pode ser observada após episódio de hidropsia ou pelo uso de lentes de contato. O astigmatismo irregular pode ser confirmado observando-se o reflexo corneano, com miras irregulares, ceratometria corneana elevada ou na topografia. O diagnóstico sem os achados clássicos na lâmpada de fenda pode ser mais difícil. Aumento da curvatura central corneana maior do que 52 dioptrias, assimetria marcante da curvatura central corneana entre os dois olhos e elevação significativa da córnea inferior comparada com a superior 3mm da córnea central são associadas a ceratocone.
4. Conduta
A conduta para correção do ceratocone começa primeiro com uso de óculos, depois lentes de contato (lentes rígidas gas permeáveis ou lentes piggyback) e finalmente a ceratoplastia penetrante para os pacientes que não conseguem obter boa acuidade visual com lentes de contato. Apesar do transplante ter bom prognóstico melhorando a acuidade visual, mais da metade dos pacientes necessitarão ainda de lentes de contato.
5. Tratamento
O tratamento da hidropsia corneana requer agentes hipertônicos, esteróides tópicos, e/ou lentes de contato terapêuticas. As complicações da hidropsia aguda são relativamente raras e a ceratoplastia penetrante, cirurgia tipo LASIK ("laser-assisted in situ keratomileusis"), devido a hidropsia, não é indicada. A avaliação pré-operatória dos candidatos para cirurgia refrativa com a ceratoscopia computadorizada é essencial. E, com o aumento da procura de pacientes para cirurgia refrativa, aumentou o número de ceratocone diagnosticados. O ceratocone clínico é uma contra-indicação absoluta para a realização do LASIK e a forma incipiente é uma contra-indicação relativa, pois os resultados são menos previsíveis e a ablação do estroma pode levar a uma instabilidade corneana. (Dra. Nina Benchimol in Medcenter Review- 2009)
Bibliografia
1) Lee, D. A. , Clinical guide to comprehensive ophthalmology. Cap 7. Cornea and external disease. Wu W., Ariasu R.G.
2) Machat, J. J., Slade G. S., Probst, E. L., The art of LASIK. Cap12. Preoperative Lasik evaluation. Machat, J.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Aprendizado - A Responsabilidade de cada um em desenvolver habilidades e competências

Aprender não significa apenas memorizar....
É preciso estar disposto a desenvolver, a evoluir.
Isto requer MOTIVAÇÃO
Motivação por parte do aluno, motivação por parte do professor....
Por parte do aluno o "querer aprender"... existem motivos que despertam tal interesse....
Por parte do professor... "descobrir os motivos desse aprendizado": a aplicação real das habilidades e competências a serem desenvolvidas!
Ambos são responsáveis pela evolução pessoal
A construção dos saberes é uma cumplicidade, uma paixão, uma conquista diária.
Memorizar é uma ação mecânica.
Aprender, absorver, é uma disposição à mudança de comportamentos.
Só modificamos nossas atitudes quando compreendemos, quando percebemos, quando acreditamos que estamos evoluindo para um caminho melhor... para a excelência.
Livros nos trazem informações, laboratórios nos trazem experiência.
A relação professor-aluno vai além desses dois aspectos....
Envolve questionamento, espírito crítico, humildade de ambas as partes, vocação!
Querer ser, querer realizar, buscar o melhor....
Essa construção modifica professor e aluno....
Alguns trabalhos têm se preocupado com essa questão, e hoje venho ressaltar uma publicação de um colega Biomédico
Vale a pena conferir ao menos o resumo, e vale muito a pena refletir sobre isto....... .

Crítica à “Concepção Bancária da Educação” Embasada na Neurociência Cognitiva
Rafael Peres dos Santos1; Rafael Fernandes Barros1; Fábio Augusto Furlan2; Angelina Batista3; Alfredo Pereira Junior3
Resumo
Em livro publicado em 1970, Paulo Freire descrevia e criticava a “Concepção Bancária da Educação”. Quarenta anos depois, entendemos que esta crítica seria adequada para se analisar o ensino superior brasileiro. Neste trabalho, mostramos que a “Concepção Bancária” criticada por Freire conflita com conceitos elaborados no contexto da Neurociência Cognitiva,a respeito dos métodos de aprendizagem e dos respectivos processos cerebrais que lhes dão suporte. Os tipos mais relevantes de aprendizagem que ocorrem na escola envolvem a experiência consciente,quando os sujeitos vivenciam certas atividades e/ou conteúdos cognitivos.
Contudo,na fase de recuperação da memória, há uma distinção nítida entre, por um lado, as memórias declarativas, semânticas ou episódicas, que dependem criticamente da consciência, e as memórias procedimentais, que são recuperadas de modo automático. Os requisitos para a aquisição de ambas também variam: memórias recuperadas conscientemente dependem do entendimento ou compreensão de um conteúdo cognitivo (o que demanda que haja motivação para aprender), enquanto as memórias recuperadas automaticamente dependem basicamente do processo de repetição das experiências."..." Neste sentido, reafirmamos a crítica feita por Freire e, assim como ele, procuramos alternativas que contribuam para que os alunos assumam, junto com o professor, a co-responsabilidade por sua formação. "...
Vale citar:
Comentários:
..." Talvez um caminho de mudança pudesse ser um pouco mais de liberdade para aprender, começando pela modificação da estrutura curricular dos cursos"... "Permanece, entretanto, uma questão relativa às metas do ensino superior... Se a organização da universidade... não está voltada para a formação de cidadãos críticos e pesquisadores criativos, qual seria então sua finalidade social?"..." Mencionamos, apenas, a hipótese levantada por Chinali (1992), de que a universidade (...) estaria estruturada em um modelo “credencialista”, centrado em rituais necessários para a obtenção do diploma, o qual teria a função de angariar privilégios para seus portadores no “mercado de trabalho”. Desta forma,o Estado e o país estariam perdendo a oportunidade de formar lideranças científicas, tecnológicas, intelectuais e/ou artísticas, capazes de promover transformações no sentido de um maior e melhor desenvolvimento humano-social, para investir na formação de “mão-de-obra qualificada”, destinada a reproduzir as estruturas econômico-sociais vigentes. "...
Simbio-Logias: Revista Eletrônica de Educação, Filosofia e Nutrição ISSN 1983-3253 Revista volume 2, número 1, 2009.
1 Rafael Peres dos Santos;Rafael Fernandes Barros : Graduação em Ciências Biológicas/Modalidade Médica – Instituto de Biociências – Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Campus de Botucatu e-mail: rafalmir@msn.com..
2 Fábio Augusto Furlan: Faculdade de Medicina e Enfermagem – Universidade de Marília (UNIMAR)
3 Angelina Batista; Alfredo Pereira Junior(orientador) - Docentes do Departamento de Educação - Instituto de Biociências – Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Campus de Botucatu.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Contagem de linfócitos prediz sobrevida após a recidiva do linfoma difuso de células B grandes

A contagem absoluta de linfócitos no sangue periférico (ALC) na época da primeira recidiva do linfoma difuso de células B grandes (DLBCL) é um preditor de sobrevida, de acordo com um estudo retrospectivo realizado por pesquisadores na Clínica Mayo, em Rochester, Minnesota.
Embora trabalhos anteriores tenham estabelecido que a ALC no momento do diagnóstico é um preditor independente de sobrevida em pacientes com DLBCL, este estudo é supostamente o primeiro a relacionar a ALC na primeira recidiva (ALC-R) ao prognóstico na primeira recidiva do DLBCL.
“A ALC-R é um teste simples, padronizado e de custo acessível que qualquer clínico pode utilizar para determinar quais pacientes com DLBCL recidivante se beneficiarão com um novo tratamento”, o Dr. Luis F. Porrata contou à Reuters Health.
Os pesquisadores revisaram os registros de 97 pacientes que foram diagnosticados na Mayo com uma primeira recidiva do DLBCL entre Fevereiro de 1987 e Março de 2006. A idade média na primeira recidiva foi de 65 anos, e o acompanhamento médio da primeira recidiva foi de 14,6 meses, de acordo com o relatório na edição de Fevereiro do American Journal of Hematology.

Os pacientes foram separados retrospectivamente em dois grupos: aqueles com ALC-R de 1.000.000.000/L (60) e aqueles com uma ALC-R mais baixa (37).
Tanto a sobrevida global quanto a sobrevida livre de progressão foram significativamente maiores nos pacientes com uma ALC-R mais alta.Especificamente, aqueles com uma ALC-R mais alta tiveram uma taxa global de sobrevida de 5 anos de 39%, versus 14% naqueles com uma ALC-R mais baixa. A taxa de sobrevida livre de progressão de 5 anos foi de 21% no grupo com ALC-R mais alta, contra 8% no outro grupo.Cinqüenta e um dos 97 pacientes na coorte submeteram-se ao transplante autólogo de células-tronco como terapia de segunda linha, e outros 46 se submeteram à nova quimioterapia. Em ambos os grupos, as sobrevidas média global e livre de progressão foram significativamente mais longas nos pacientes com uma ALC-R mais alta do que naqueles com uma ALC-R mais baixa.

Em geral, concluem os pesquisadores, estes resultados sugerem que “a imunidade do hospedeiro é uma variável importante que prediz a sobrevida na primeira recidiva do DLBCL”.


Am J Hematol 2009;84:93-97 Autor: Scott Baltic

-A título de nota, quero ressaltar a importância de provas diagnósticas bem feitas na série branca e vermelha assim como na caracterização e identificação de tais células.
O linfoma é uma doença silenciosa e indolor, apresenta diferentes tipos e portanto diferentes abordagens quimioterápicas, e vêm ceifando a vida de muitos jovens., dado o terrível prognóstico quando não tratado a tempo.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

A Erupção do Vulcão na Islândia e os riscos de Silicose - Será???

Estive pensando estes dias a respeito da gigantesca nuvem de fuligem de minerais e sílica lançados na atomsfera, pela erupção do Vulcão na Islândia...
O Espaço aéreo Internacional sofreu fortes consequencias, com a justificativa de que as partículas poderiam causar danos terríveis às turbinas dos aviões....
Só se destacam as notícias sobre o caos aéreo e os prejuízos na Economia, devido aos cancelamentos dos vôos.
No entanto....... Não vi destaque algum a um outro aspecto, e sem dúvida, não menos importante!
Como profissional de saúde, passei a refletir... se tamanho dano pode ser causado a uma turbina, a ponto de serem cancelados os vôos.... Imagine o que pode causar aos pulmões do frágil Ser Humano!!
Pensei nas doenças ocupacionais dos mineradores - a Silicose e o quanto seu prognóstico é cruel. Neste caso, porém, um fenômeno da natureza que só se repete a cada 200 anos pode ser devastador para a saúde a longo prazo.
Quantas pessoas serão atingidas por esse fenômeno e terão sua saúde afetada, e em que grau de periculosidade? Quais os países que serão atingidos por essa nuvem mortífera?
Imagine que até o Canadá já está recebendo toda essa fuligem....
Pensou-se na "saúde" das turbinas, mas quem será que se preocupou com a saúde dos pulmões das pessoas?
Que medidas preventivas tomar neste momento (por simples que seja, uso de máscaras)??
E quais as medidas para acolher pessoas acometidas por doenças resultantes dessa revolta da natureza?
Quem estaria se preocupando com isso, se os resultados só serão perceptíveis a médio e longo prazo???

Dois artigos me chamaram a atenção e compartilho com vocês, para refletir, e quem sabe, debater:

Partículas das cinzas podem afetar os pulmões
Por ser um fenômeno extremamente imprevisível, a erupção do vulcão da geleira de Eyjafjallajokull, na Islândia, continuará por tempo indeterminado. Caso a nuvem baixe, a saúde das pessoas poderá ser afetada, de acordo com Sérgio Brandolise Citroni, geólogo e professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
A sílica, parte sólida da poeira vulcânica, em combinação com a umidade do ar, cria pequenos grãos que, se inalados, podem causar silicose. A doença, em sua forma aguda, provoca redução da capacidade pulmonar e, em consequência, reduz a oxigenação sanguínea.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) está avaliando os riscos à saúde nas regiões afetadas pela nuvem de cinzas. Segundo Maria Neira, diretora de Saúde Pública da OMS, 25% das partículas da nuvem medem menos de 10 mícrons, podendo “penetrar nos pulmões”.
A agricultura e a água na Islândia tambem poderão ser afetados pela redução da insolação, com reflexos na produção de alimentos. Outro temor é o favorecimento do efeito estufa.
De acordo com o geólogo, há o risco de que a atividade deste vulcão provoque uma erupção em outro vulcão adormecido, localizado bem próximo da geleira de Eyjafjallajokull.
– Mas não é possível confirmar que isto vá ocorrer, já que estes fenômenos são extremamente irregulares –
Fonte: Jornal do Brasil
por Evelyn Soares
http://jbonline.terra.com.br/pextra/2010/04/16/e16044812.asp


Silicose
"A silicose é a mais antiga, mais grave e mais prevalente das doenças pulmonares relacionadas à inalação de poeiras minerais, confirmando a sua importância na lista das pneumoconioses. A descrição da doença já foi relatada há muitos séculos.
É uma doença pulmonar crônica e incurável, com uma evolução progressiva e irreversível que pode determinar incapacidade para o trabalho, invalidez, aumento da suscetibilidade à tuberculose e, com freqüência, ter relação com a causa de óbito do paciente afetado. É uma fibrose pulmonar nodular causada pela inalação de poeiras contendo partículas finas de sílica livre cristalina que leva de meses a décadas para se manifestar.
A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) da OMS considera a sílica livre cristalina inalada como um cancerígeno do Grupo 1 (em situações experimentais e em humanos).
Apesar de muito que se conhece sobre esta doença ocupacional, perfeitamente prevenível, ainda no século XXI a silicose continua a matar trabalhadores em todo o mundo. Milhares de novos casos são diagnosticados a cada ano em várias partes do mundo com predominância nos países em desenvolvimento onde as atividades que envolvem a exposição à sílica são muito freqüentes, destacando que em países desenvolvidos as pneumoconioses estão em franco declínio.
No Brasil a identificação de casos novos é epidêmica e a silicose é considerada a principal doença ocupacional pulmonar, devido ao elevado número de trabalhadores expostos à sílica e infelizmente não há uma estatística exata sobre os casos de doentes. É responsável pela invalidez e morte de inúmeros trabalhadores em diversas atividades.
A doença que pode ser evitável, tem importância na agenda de organismos internacionais relacionados à saúde e ao trabalho, como Organização Internacional do Trabalho- OIT e Organização Mundial da Saúde - OMS, que em 1995 lançaram um programa conjunto de eliminação global da silicose, com a ambiciosa intenção de diminuir drasticamente a sua prevalência em âmbito mundial. Este programa visa, essencialmente, a aplicação dos conhecimentos acumulados nas últimas décadas em ações de prevenção primária da doença e busca promover a colaboração dos países membros para estabelecerem medidas e programas que levem a eliminação dessa doença até 2030"....
..."O risco de adquirir silicose depende basicamente de três fatores: concentração de poeira respirável, porcentagem de sílica livre e cristalina na poeira e a duração da exposição.
As poeiras respiráveis são freqüentemente invisíveis a olho nu e são tão leves que podem permanecer no ar por período longo de tempo. Essas poeiras podem também atravessar grandes distâncias, em suspensão no ar, e afetar trabalhadores que aparentemente não correm risco.
A poeira de sílica é desprendida quando se executa operações, tais como: cortar, serrar, polir, moer, esmagar, ou qualquer outra forma de subdivisão de materiais que contenham sílica livre e cristalina, como areia, concreto, certos minérios e rochas, jateamento de areia e transferência ou manejo de certos materiais em forma de pó."...
(Fonte: Dra. Shirley de Campos
http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/3957)

Sinais e sintomas:
"Nas fases iniciais a silicose não apresenta sintomas, daí a importância da radiografia de tórax para o diagnóstico precoce. Nas fases avançadas os sintomas são cansaço, falta de ar e tosse.A exposição ocupacional se dá por meio da inalação, pelo trabalhador, de poeira contendo sílica livre cristalizada. A respiração pode piorar aos 2 a 5 anos depois de ter deixado de trabalhar com sílica. O pulmão lesado submete o coração a um esforço excessivo e pode causar insuficiência cardíaca, a qual, por sua vez, pode evoluir para a morte. Assim, a principal forma de prevenção são as medidas de engenharia no controle da produção e dispersão das poeiras. A utilização de máscaras de proteção deve servir como complemento nessa prevenção.
Os trabalhadores expostos ao pó da sílica devem fazer as radiografias de tórax com regularidade, de modo que seja possível detectar qualquer problema o mais cedo possível.
A silicose é incurável.
No entanto, pode-se deter a evolução da doença, interrompendo a exposição à sílica desde os primeiros sintomas."


Leia Mais:
http://www.jornaldepneumologia.com.br/english/suplementos_detalhe.asp?id_cap=52


Chamo também a atenção para um excelente texto postado por um grupo de Biomédicos Blogueiros, que traz imagens e definições sobre a silicose:
http://patologiana221.blogspot.com/2009/10/silicose-pulmonar.html


Vale ressaltar, que neste excepcional fenômeno, não se trata de doença ocupacional...mas sim da aspiração de cinzas vulcânicas, então...não há como interromper a exposição... o que fazer??????

Curiosidade:
sinônimo de Silicose = Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiose

nome da doença em inglês, é a maior palavra daquele idioma, com 45 letras. Ela foi cunhada por Everett M. Smith, presidente da National Puzzlers' League, para ser a mais longa palavra de língua inglesa. A intenção é descrever uma condição conhecida por silicose.
O portador da doença é chamado de pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico, sendo esta a maior palavra da língua portuguesa, com 46 letras. Ela ganhou registro oficial pela primeira vez em 2001, no Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Novo Código de Ética Médica entra em vigor dia 13 de Abril de 2010

A partir de 13 de abril de 2010, entra em vigor o sexto Código de Ética Médica reconhecido no Brasil. Revisado após mais 20 anos de vigência do Código anterior, ele traz novidades como a previsão de cuidados paliativos, o reforço à autonomia do paciente e regras para reprodução assistida e a manipulação genética. Também prevê a ampliação de seu alcance aos médicos em cargos de gestão, pesquisa e ensino. Outros temas que tiveram suas diretrizes revistas, atualizadas e ampliadas se referem à publicidade médica, ao conflito de interesses, à segunda opinião, à responsabilidade médica, ao uso do placebo e à interação dos profissionais com planos de financiamento, cartões de descontos ou consórcios.
Foram dois anos de trabalhos, coordenados pela Comissão Nacional de Revisão do Código de Ética Médica, que contaram com a participação ativa de diversas entidades. O objetivo comum foi construir um atento aos avanços tecnológicos e científicos, à autonomia e ao esclarecimento do paciente, além de reconhecer claramente o processo de terminalidade da vida humana.
No seu processo de formulação, além de serem consideradas as mudanças sociais, jurídicas e científicas, os responsáveis pelo trabalho também analisaram os códigos de ética médica de outros países e consideraram elementos de jurisprudência, posicionamentos que já integram pareceres, decisões e resoluções da Justiça, das Comissões de Ética locais as resoluções éticas do CFM e CRMs editadas desde 1988.
Isso sem contar com 2.677 contribuições enviadas por médicos e entidades de todo o país. A democracia deu a tonica do esforço, balizado pela grande participação da sociedade e dos profissionais, e confirmada por meio de uma consulta online e por três conferências nacionais sobre ética médica. A principal dela foi a plenária da IV Conferência Nacional de Ética Médica, realizada em São Paulo, no dia 29 de agosto de 2009.
Neste dia, cerca de 400 delegados, entre conselheiros federais e regionais de Medicina, membros de sindicatos e sociedades de especialidades, além de representantes de várias entidades médicas, aprovaram as mudanças e colocaram fim a etapa de revisão. Ao final, produziu-se um documento amplo e atento ao exercício da Medicina brasileira no século 21. O Código de Ética Médica ora em vigor é composto por 25 princípios fundamentais do exercício da Medicina, 10 normas diceológicas, 118 normas deontológicas e quatro disposições gerais.

Alguns destaques de acordo com o próprio Conselho Federal de Medicina (vide portalmedico)
- A autonomia tem sido um dos itens de maior destaque. Já no preâmbulo o documento diz que o médico deverá aceitar as escolhas de seus pacientes, desde que adequadas ao caso e cientificamente reconhecidas. O inciso XXI determina que, no processo de tomada de decisões profissionais, “o médico aceitará as escolhas de seus pacientes relativas aos procedimentos diagnósticos e terapêuticos”.
- O novo Código reforça o caráter anti-ético da distanásia, entendida como o prolongamento artificial do processo de morte, com sofrimento do doente, sem perspectiva de cura ou melhora. Aparece aí o conceito de cuidado paliativo. O inciso XXII do Preâmbulo observa que “nas situações clínicas irreversíveis e terminais, o médico evitará a realização de procedimentos diagnósticos e terapêuticos desnecessários e propiciará aos pacientes sob sua atenção todos os cuidados paliativos apropriados”.
- A terapia genética é mencionada pela primeira vez. Está proibido criar embriões com finalidades de escolha de sexo ou eugenia. Já a terapia gênica está prevista. Ela é importante porque envolve a modificação genética de células somáticas como forma de tratar doenças, apresentando grandes perspectivas de desenvolvimento. Os artigos 15 e 16 do Capítulo III, sobre Responsabilidade Profissional, tratam desse tema.
- O Capítulo XIII, sobre Publicidade Médica, diz que, em anúncios profissionais, é obrigatório incluir o número de inscrição no Conselho Regional de Medicina. Os anúncios de estabelecimentos de saúde também devem constar o nome e o número de registro do diretor técnico. O tema é tratado no artigo 118.
- Quando docente ou autor de publicações científicas, o médico deve declarar relações com a indústria de medicamentos, órteses, próteses, equipamentos etc. e outras que possam configurar conflitos de interesses, ainda que em potencial. A determinação é estabelecida no artigo 119 do Capítulo XII, sobre Ensino e Pesquisa Médica.
- Os conceitos das Resoluções CFM 1.836/2008 e 1.939/2010 foram agora incorporados pelo Código de Ética da profissão. A primeira delas diz que é vedado ao médico o atendimento de pacientes encaminhados por empresas que anunciem ou comercializem planos de financiamento ou consórcios para procedimentos médicos. A 1.939/2010, por sua vez, proíbe a participação do médico em promoções relacionadas com o fornecimento de cupons e cartões de descontos. O artigo 72 do novo Código diz que é vedado ao médico estabelecer vínculo com empresas que anunciam ou comercializam planos de financiamento, cartões de descontos ou consórcios para procedimentos médicos.
- A introdução do conceito de responsabilidade subjetiva do médico preconiza que esta não se presume, tem que ser provada para que ele possa ser penalizado – por ação ou omissão, caracterizável como imperícia, imprudência ou negligência. É o reconhecimento de que, na área médica, não se pode garantir cura ou resultados específicos para ninguém. O Parágrafo único do Art. 1º do Capítulo III sobre Responsabilidade Profissional, diz que “a responsabilidade médica é sempre pessoal e não pode ser presumida”.
- O paciente tem direito a uma segunda opinião e de ser encaminhado a outro médico. É o que diz o artigo 39, que proíbe o médico “opor-se à realização de junta médica ou segunda opinião solicitada pelo paciente ou por seu representante legal”. Ao mesmo tempo, o médico não pode desrespeitar a prescrição ou o tratamento de paciente determinados por outro médico, conforme preconiza o artigo 52. A exceção é quanto houver situação de indiscutível benefício para o paciente, devendo comunicar imediatamente o fato ao médico responsável.
- É proibido usar placebo em pesquisa, quando há tratamento eficaz. É o que diz o artigo 106 do capítulo XII, sobre Ensino e Pesquisa Médica, que veda ao médico “manter vínculo de qualquer natureza com pesquisas médicas, envolvendo seres humanos, que usem placebo em seus experimentos, quando houver tratamento eficaz e efetivo para a doença pesquisada.”

Destaques de acordo com o jornal último segundo:

1- LETRA LEGÍVEL
A receita e o atestado médico têm de ser legíveis e devem ter a identificação do médico
2-DIREITO DE ESCOLHA
O médico deve apresentar todas as possibilidades terapêuticas – cientificamente reconhecidas – e aceitar a escolha do paciente
3-CONSENTIMENTO ESCLARECIDO
O paciente precisa dar o consentimento a qualquer procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco iminente de morte
4-ABANDONO DE PACIENTE
O médico não pode abandonar seu paciente
5-PACIENTES SEM PERSPECTIVA DE CURA
O médico deve evitar procedimentos desnecessários nesses pacientes. Em caso de doenças incuráveis, deve oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis, levando sempre em conta a opção do paciente
6-PRONTUÁRIO MÉDICO
O paciente tem direito a receber a cópia do prontuário médico
7-SEGUNDA OPINIÃO
O paciente tem direito a uma segunda opinião e a ser encaminhado a outro médico
8-ANÚNCIOS PROFISSIONAIS
É obrigatório incluir o número do CRM em anúncios dessa natureza
9-PARTICIPAÇÃO EM PROPAGANDA
O médico não pode participar de propaganda
10-RECEITA SEM EXAME
O médico não pode receitar sem ver o paciente, seja por meio de veículo de comunicação ou internet
11-RELAÇÕES COM FARMÁCIAS
O médico não pode ter relação com o comércio e a farmácia
12-SIGILO MÉDICO
O sigilo médico deve ser preservado, mesmo após a morte do paciente
13-CONDIÇÕES DE TRABALHO
O médico pode recusar a exercer medicina em locais inadequados
14-DENÚNCIA DE TORTURA
O médico é obrigado a denunciar tortura, isso vale para atendimento de possíveis vítimas de violência doméstica, por exemplo
15-DESCONTOS E CONSÓRCIOS
O médico não pode estar vinculado a cartões de descontos e consórcios, em especial na área de cirurgia plástica (não pode haver discriminação na forma de atendimento a pacientes SUS, Conveniados ou particulares)
16-FALTA EM PLANTÃO
Abandonar plantão é falta grave (passivel de suspensão, demissão até fechamento da unidade de atendimento)
17-MANIPULAÇÃO GENÉTICA
O médico não pode participar de manipulação genética com finalidades de escolha de sexo ou eugenia. Já a terapia gênica está prevista.
18-SEXAGEM
A escolha do sexo do bebê é vedada na reprodução assistida
19-MÉTODOS CONTRACEPTIVOS
O paciente tem direito de decidir sobre os métodos contraceptivos que deseja usar

Leia mais:
http://www.labconsult.com.br/dwl/cod_etica_1931.pdf -(Download do novo CEM)
http://www.portalmedico.org.br/novoportal/index5.asp
http://ultimosegundo.ig.com.br
RESOLUÇÃO CFM Nº 1931/2009
(Publicada no D.O.U. de 24 de setembro de 2009, Seção I, p. 90)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Pedofilia Crime Imprescritivel!!!

PEDOFILIA: O perigo está mais perto do que se imagina
Autor: Jacson Almeida | www.gazetadejoinville.com.br/
"Tem que se observar quem está perto de nossos filhos". Assim alerta o psicólogo do Centro de Direitos Humanos de Joinville (CDH), Nasser Haidar Barbosa. Para ele, as pessoas que cometem esse crime quase sempre estão muito perto da família da criança, como padrasto, pai e tio. Mesmo assim, não há um perfil exato de um pedófilo
Antigamente muitos casos que vieram à tona foram de pessoas casadas, de classe baixa, pais separados e família desestruturada. No entanto, hoje a pedofilia está em todo o lugar e em toda classe social.
Nasser conta que a pedofilia é um crime muito comum. Ele atende mulheres adultas que foram abusadas quando eram crianças e hoje tem algum tipo de transtorno.
O psicólogo destaca que muitas vezes a criança não tem noção do perigo e sente-se culpada quando é vítima de abuso. "Nem todo mundo que sofre o abuso será um abusador, mas aqueles que abusam, quase todos foram abusados", completa.
Nasser, que já trabalhou no Presídio Regional de Joinville, conta que presos por esse crime eram pais de família, padrasto e adulto que mora com a mãe.
Ele pede para que os pais tenham cuidado com seus filhos. Para o psicólogo, muitos não controlam as atividades da criança e não estão presentes realmente no dia a dia delas.
A pior situação hoje é que muitas famílias "encobrem" o crime dentro de casa, ou seja, não denunciam quando, por exemplo, um pai ou um padrasto pratica o crime.
Você sabe com quem seu filho conversa? Como é a vida dele, o que tem ocorrido dentro de casa que o incomoda??? Se algum parente o ameaça para que silencie, ou o seduz com "presentinhos"???

Onde denunciar
Com o avanço desse tipo de crime é mais fácil achar órgãos para denunciar. No site da ONG SaferNet, qualquer cidadão pode fazer a denúncia, que é encaminhada para o Ministério Público e juiz. Se houver mandado de apreensão, a Polícia Federal vai na casa do acusado verificar seu computador. Se não constar nada no momento, a máquina é apreendida para um perito analisar vestígios de imagens de pedofilia. Outros órgãos que combatem esse tipo de crime são a Interpol, a Unicef, a Unesco, o site Censura, a Polícia Federal, o Conselho Tutelar e o Ministério Público Federal.

Sites sobre pedofilia

www.abranet.com.br
www.cecria.org.br
www.censura.com.br
www.denuncie.org.br
www.safernet.org.br

Dicas para os pais
Supervisionar, acompanhar e conversar com seu filho(a) sobre o que tem acontecido no seu dia a dia
Onde denunciar
Denunciar por telefone: Disque 100 - Disque Denúncia Nacional de Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes. Discagem gratuita em todo o território nacional.
Polícia: Em caso de flagrante, a polícia deve ser acionada imediatamente.
Conselhos Tutelares
Varas da Infância e Juventude
Delegacias de Proteção à Criança e ao Adolescente.
Delegacias da Mulher.
Pela Internet
www.censura.com.br
Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (www.cedeca.org.br)
Departamento da Polícia Federal (aceita denúncia clicando em "fale conosco" ou pelo e-mail dcs.dpf.gov.br)
Rede Nacional de Direitos Humanos (www.rndh.gov.br)
PEDOFILIA É CRIME IMPRESCRITÌVEL E INAFIANÇÁVEL MESMO QUE TENHA OCORRIDO HÀ MUITO TEMPO É POSSÌVEL DENUNCIAR E PUNIR. AS LEIS SÂO NOVAS AS ATITUDES... ANTIGAS, MAS SE CAUSARAM DANO< AINDA HÁ TEMPO DE PUNIR OS RESPONÁVEIS!!!!
NÃO SE OMITA!!!!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Regras à Prática ORTOMOLECULAR

Íntegra da resolução que impõe regras à prática ortomolecular

RESOLUÇÃO CFM Nº 1.938/2010
(Publicada no D.O.U. de 5 de fevereiro de 2010, seção I, p. 161)
Estabelece normas técnicas para regulamentar o diagnóstico e procedimentos terapêuticos da prática ortomolecular e biomolecular, obedecendo aos postulados científicos oriundos de estudos clínico-epidemiológicos.
O CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, no uso das atribuições conferidas pela Lei n’ 3.268, de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto n’ 44.045, de 19 de julho de 1958, respectiva e posteriormente alterados pela Lei nº 11.000, de 15 de dezembro de 2004, e Decreto nº 6.821, de 14 de abril de 2009;
CONSIDERANDO que o alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional;
CONSIDERANDO que ao médico cabe zelar e trabalhar pelo perfeito desempenho ético da Medicina e pelo prestígio e bom conceito da profissão;
CONSIDERANDO que é dever do médico guardar absoluto respeito pela saúde e vida do ser humano, sendo-lhe vedado realizar atos não consagrados nos meios acadêmicos ou ainda não aceitos pela comunidade científica;
CONSIDERANDO que é vedado ao médico divulgar informação sobre assunto médico de forma sensacionalista, promocional ou de conteúdo inverídico;
CONSIDERANDO que é vedado ao médico usar experimentalmente qualquer tipo de terapêutica ainda não liberada para uso em nosso país, sem a devida autorização dos órgãos competentes e sem o consentimento do paciente ou de seu responsável legal, devidamente informados da situação e das possíveis consequências;
CONSIDERANDO a crescente divulgação, entre a população, de novos métodos terapêuticos baseados no emprego de substâncias visando o equilíbrio celular, e a insuficiente comprovação científica de algumas dessas propostas;
CONSIDERANDO a existência de extensa literatura científica sobre radicais livres, substâncias antioxidantes e nutrição humana;
CONSIDERANDO a dificuldade da transposição de informações originadas de dados de experimentações realizadas em animais ou em sistemas, órgãos, tecidos e células isoladas para a prática clínica diária;
CONSIDERANDO os riscos potenciais de doses inadequadas de produtos terapêuticos, tais como algumas vitaminas e certos sais minerais;
CONSIDERANDO a necessidade de definir limites de emprego, indicações e critérios científicos para a aplicação de procedimentos associados à prática ortomolecular;
CONSIDERANDO o que preceituam as Resoluções nos 196/96 e 251/97, do Conselho Nacional de Saúde, que, respectivamente, contém as diretrizes e normas regulamentadoras da pesquisa envolvendo seres humanos e dispõe sobre a pesquisa com novos fármacos, medicamentos, vacinas e testes diagnósticos;
CONSIDERANDO o teor das Portarias nos 32, 33 e 40/98, da Secretaria de Vigilância Sanitária, que estabelecem normas para níveis de dosagens diárias de vitaminas e minerais em medicamento e a utilização diária pelo usuário;
CONSIDERANDO, finalmente, o decidido na sessão plenária realizada em 14 de janeiro de 2010,
RESOLVE:
Art. 1º Os termos prática ortomolecular e biomolecular, habitualmente empregados, serão considerados equivalentes quando referidos à prática clínica que visa atingir o equilíbrio entre as células e as moléculas do corpo humano.
Art. 2º A prática ortomolecular pressupõe o emprego de técnicas que possam avaliar quais nutrientes (vitaminas, minerais, ácidos graxos ou aminoácidos) podem, eventualmente, estar em falta ou em excesso no organismo humano.
Art. 3º A identificação de alguma das deficiências ou excessos mencionados só poderá ser atribuída a erro nutricional ou distúrbio da função digestiva após terem sido investigadas e tratadas as doenças de base concomitantes.
Art. 4º Medidas higiênicas, dietéticas e de estilo de vida não podem ser substituídas por qualquer tratamento medicamentoso, suplementos de vitaminas, de sais minerais, de ácidos graxos ou aminoácidos.
Art. 5º Os tratamentos da prática ortomolecular devem obedecer às comprovações embasadas por evidências clínico-epidemiológicas que indiquem efeito terapêutico benéfico;
Art. 6º Os tratamentos propostos pela prática ortomolecular incluem:
I. Correção nutricional e de hábitos de vida;
II. Reposição medicamentosa das deficiências de nutrientes;
III. Remoção de minerais, quando em excesso (ex.: ferro, cobre), ou de minerais tóxicos (ex.: chumbo, mercúrio, alumínio), agrotóxicos, pesticidas ou aditivos alimentares.
Art. 7º A reposição medicamentosa de comprovadas deficiências de nutrientes se fará de acordo com a existência de nexo causal entre a reposição de nutrientes e a meta terapêutica ou preventiva.
Art. 8º A remoção de minerais, quando em excesso, ou de minerais tóxicos, agrotóxicos, pesticidas ou aditivos alimentares se fará de acordo com os seguintes princípios:
I) O excesso de cada substância tóxica deverá ser considerado isoladamente;
II) Existência, na literatura médica, de fundamentação bioquímica e fisiológica sobre o efeito deletério do excesso da substância tóxica considerada, bem como de dados que comprovem a possibilidade de correção efetiva por meio da remoção proposta;
III) Além da melhoria dos parâmetros laboratoriais, deverá haver comprovação científica de utilidade clínica;
IV) O valor terapêutico da remoção de determinada substância tóxica deverá ser avaliado para cada tipo de distúrbio.
Art. 9º São destituídos de comprovação científica suficiente quanto ao benefício para o ser humano sadio ou doente, e por essa razão têm vedados o uso e divulgação no exercício da Medicina, os seguintes procedimentos da prática ortomolecular e biomolecular, diagnósticos ou terapêuticos, que empregam:
I) Para a prevenção primária e secundária, doses de vitaminas, proteínas, sais minerais e lipídios que não respeitem os limites de segurança (megadoses), de acordo com as normas nacionais e internacionais e os critérios adotados no art. 5º;
II) EDTA (ácido etilenodiaminotetracético) para remoção de metais tóxicos fora do contexto das intoxicações agudas e crônicas;
III) O EDTA e a procaína como terapia antienvelhecimento, anticâncer, antiarteriosclerose ou voltadas para patologias crônicas degenerativas;
IV) Análise do tecido capilar fora do contexto do diagnóstico de contaminação e/ou intoxicação por metais tóxicos;
V) Antioxidantes para melhorar o prognóstico de pacientes com doenças agudas, observadas as situações expressas no art. 5º;
VI) Antioxidantes que interfiram no mecanismo de ação da quimioterapia e da radioterapia no tratamento de pacientes com câncer;
VII) Quaisquer terapias antienvelhecimento, anticâncer, antiarteriosclerose ou voltadas para doenças crônicas degenerativas, exceto nas situações de deficiências diagnosticadas cuja reposição mostra evidências de benefícios cientificamente comprovados.
Art. 10 A indicação ou prescrição de medida terapêutica da prática ortomolecular ou biomolecular é de exclusiva competência e responsabilidade do médico.
Art. 11 O Conselho Federal de Medicina providenciará, dentro de suas atribuições legais, no prazo de dois anos, a reavaliação da metodologia científica envolvida.
Art. 12 Revogam-se todas as disposições em contrário, em especial a Resolução CFM nº 1.500, publicada no Diário Oficial da União, Seção I, página 169, em 3 de setembro de 1998.
Art. 13 Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Se o Conselho Federal de Medicina falou, tá falado. Algumas práticas ortomoleculares e biomoleculares não podem ser realizadas por não terem comprovações científicas. – Agora, a reposição de nutrientes que estejam faltando, como vitaminas, ou tirar outras substâncias nocivas, como metais pesados e pesticidas, só podem ser feitas nos parâmetros internacionais e se forem medidas e comprovadas a falta ou excesso de substância. E para essa medição não vale o famoso teste do cabelo, que todo ortomolecular pede. Este só funciona em caso de intoxicação ou contaminação por metais tóxicos. Fora isso não funciona e está proibido de ser usado.

Fontes:
http://scienceblogs.com.br/rnam/2010/02/cuidado_com_a_pratica_ortomole.php
http://kiminda.wordpress.com/integra-da-resolucao-que-impoe-regras-a-pratica-ortomolecular
http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u689979.shtml
http://www.jornaldebrasilia.com.br/site/noticia.php?id=265434

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

DELÍRIOS DE CONSUMO

ONIOMANIA - A COMPULSÃO POR COMPRAR

Quando a compulsão por comprar se apresenta de forma severa, ela se torna uma doença psicológica chamada Oniomania.

O transtorno, caracterizado pelo descontrole dos impulsos, atinge cerca de 3% da população. Os portadores da Oniomania, também conhecidos como shopaholics ou consumidores compulsivos, frequentemente não conseguem resistir à tentação de comprar. Chegam a não pagar contas essenciais para gastar com supérfluos. A gratificação e a satisfação obtidas através da compra não os permitem avaliar a possibilidade de futuros prejuízos.

Entre os comportamentos mais comuns dos shopaholics estão: Esconder as compras da família ou do parceiro; mentir sobre a quantidade verdadeira de dinheiro gasto em compras; gastar em resposta a sentimentos negativos como depressão ou tédio; sentir euforia ou ansiedade durante a realização das compras; culpa, vergonha ou auto-depreciação como resultado das compras; se dedicar muito tempo fazendo “malabarismos” com as contas ou com as dívidas para acomodar os gastos; além de uma atração incontrolável por cartões de créditos e cheques especiais. Uma pessoa só é considerada um consumidor compulsivo se é incapaz de controlar o desejo de comprar e quando os gastos frequentes e excessivos interferem de modo importante em vários aspectos de sua vida. Antes de cometer o ato do qual não tem controle, é comum que o consumidor compulsivo apresente ansiedade e/ou excitação. Já durante a execução do ato, experimenta sensações de prazer e gratificação. E quando, por algum motivo, são impedidos de comprar, os pacientes costumam relatar sensações como angústia, frustração e irritabilidade. A maioria apresenta culpa, vergonha ou algum tipo de remorso ao término do ato. As compras compulsivas podem levar a sérios problemas psicológicos, ocupacionais, financeiros e familiares que incluem a depressão, enormes dívidas e graves problemas nas relações amorosas. Vários estudos revelaram que a idade e a situação econômica são os principais fatores de risco para o desenvolvimento desse transtorno. Os investigadores descobriram um percentual mais elevado em jovens que ganham menos em relação aos indivíduos mais velhos e em melhor situação econômica.

O comprador compulsivo consome pelo prazer de consumir e não pela real necessidade do objeto, e compra mais produtos relacionados à aparência como roupas da moda, sapatos, jóias e relógios. O descontrole é sem limites. Podemos traçar um paralelo entre as compulsões por compras e as dependências químicas. Em ambas, há perda de controle e o paciente se expõe a situações danosas para si e também para os outros. Assim como em alguns casos os dependentes químicos roubam para custear seus vícios, o compulsivo também pode se utilizar de meios ilegais para continuar comprando.

Compras compulsivas podem ser encontradas com muita frequência na fase maníaca do transtorno bipolar de humor, de exaltação do humor, quando existem sentimentos intensos de alegria e otimismo, associados à falta de capacidade para julgar com clareza as consequências dos atos cometidos; e também podem ser encontradas em portadores do transtorno obsessivo compulsivo (TOC), principalmente em pacientes com compulsões de colecionismo.

Embora a compulsão por compras possa estar relacionada a outros transtornos, alguns fatores presentes no dia a dia são facilitadores da compra descontrolada. Produtos à venda pela internet, canais de venda na televisão ou grandes promoções de queima de estoque são um grande perigo.

Infelizmente, a maioria dos shopaholics só costuma procurar ajuda quando as dívidas estão grandes e os gastos exagerados já acarretam problemas familiares, nos relacionamentos, em situações legais, ou até quando dão origem a episódios depressivos de intensidade importante. Em alguns casos, os portadores do transtorno só chegam ao consultório trazidos por familiares, amigos ou pelo cônjuge. Quanto à origem do transtorno, acredita-se que haja algum déficit do neurotransmissor serotonina, que reconhecidamente proporciona menor ocorrência de impulsividade. Desta forma, o tratamento pode envolver medicamentos como antidepressivos ou agentes estabilizadores do humor, e psicoterapia cognitivo-comportamental.

Dependendo do caso, duas outras medidas também devem ser levadas em consideração: frequentar grupos de autoajuda, como os devedores anônimos (DA) e nomear algum conselheiro financeiro, que possa orientar o paciente sobre suas movimentações financeiras. Quando esse último procedimento ocorre, o paciente continua com a responsabilidade de pagar suas contas, porém, não tem acesso a cartões de crédito e a cheques. É dado a ele, semanalmente, uma quantia previamente combinada à qual deve se adequar. Além disso, as contas são acompanhadas por meio do fornecimento de recibos ao conselheiro financeiro. Esta é uma das formas de tentar combater a possibilidade de episódios de compulsão por compras. Conforme o indivíduo obtém progressos, ele retoma paulatinamente o pleno controle sobre suas finanças.

Leonardo Gama Filho, Psiquiatra especialista pela Associação Brasileira de Psiquiatria e Chefe do Serviço de Saúde Mental do Hospital Municipal Lourenço Jorge (RJ)

Quando gastar torna-se uma obsessão ?

Comprar, comprar e comprar... Muita gente compra para obter status, por necessidade, ou até mesmo por modismo, mas há quem compre pelo simples prazer que esse ato proporciona. A oniomania, doença que ataca esse tipo de compulsivo, é caracterizada como um transtorno de personalidade e mental, classificado dentro dos transtornos do impulso. Para o consumidor compulsivo, o que lhe excita é o ato de comprar, e não o objeto comprado. Essa pessoa "tem vontade de adquirir, mas não de ter", afirma o psicólogo Daniel Fuentes, coordenador do Ambulatório do Jogo Patológico (Amjo) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas. Segundo ele, a maioria dessas pessoas é composta por mulheres, mas todas possuem temperamento forte, são ágeis, dinâmicas, inquietas, perfeccionistas, possuem uma desenvoltura social e cultural maior, são imediatistas e inteligentes. "O mais interessante dos dados que observamos que essa vantagem intelectual não é aplicada na vida, porque racionalmente são pessoas que, depois da compra, são capazes de saber que fizeram besteira, mas não conseguem evitar, e usam da inteligência para ludibriar os familiares". Na hora da compra, o craving (ou seja, a “avidez” por comprar) fala mais alto. Os compulsivos por jogos, por exemplo, possuem uma fixação maior que a fixação do viciado em cocaína. Muitos problemas podem ser gerados por essa doença. Os compulsivos contraem dívidas altíssimas, o que gera problemas pessoais e familiares.

Quando são privados dos meios de compra, chegam até a roubar. "Uma das pacientes, quando estava impossibilidade de comprar, a impulsividade era tamanha que ela chegou a roubar o produto, o que nunca tinha feito antes", relata. Essas pessoas, até então, eram honestas e se deixaram levar pelo impulso de comprar. Algumas vezes aplicam golpes, passam cheque sem fundo e pedem dinheiro emprestado para quitar dívidas advindas de sua compulsão. "Não é um defeito de caráter, é uma doença mesmo, a pessoa não é desonesta, ela tem uma incapacidade de controlar esse impulso. Elas chegam ao tratamento porque acabam atrapalhando a vida das outras pessoas."
Além de sua compulsão em comprar, as pessoas que sofrem da oniomania apresentam outros tipos de impulsividades, como fazer muito exercício, comer exageradamente, ter comportamentos controladores sobre pessoas e situações ao seu redor, e trabalhar muito. Mas não compulsivamente, como o obeso ou o workaholic, mas fazer tudo com exagero. Ao comprar, elas não pensam em colecionar coisas, mas acabam sempre comprando um determinado tipo de objeto. "Uma paciente tem 120 pares de sapato, a outra tem mais de 600 CDs, teve outro caso em que a pessoa gastou um talão de cheques em um só dia. Outra paciente possui 30, 40 vestidos semelhantes e que nem são usados", garante Fuentes.

Muita gente acha que o consumidor compulsivo compra apenas por problemas emocionais. A depressão pode estar ligada a isso, mas não é o que determina o impulso para a compra. As pessoas compulsivas, mesmo quando tratadas com medicamentos antidepressivos, não deixam de ter seus impulsos e, quando conseguem se recuperar, passam por uma crise de abstinência parecida com a dos usuários de drogas pesadas. O compulsivo acaba comprando excessivamente porque não resiste ao seu impulso, e, enquanto não realizar a compra, se sente ansioso, irritado e suas mãos ficam suadas. "Isso tudo é tranqüilizado quando ele compra e muitas vezes pouco importa o que compra", diz Fuentes. O mito de que "eu vou comprar porque estou me sentindo mal-amado" não tem a ver com o transtorno do impulso.
Apesar dessas pessoas com transtorno viverem em uma sociedade que respira propaganda, o professor Dilson Gabriel dos Santos, da Faculdade de Economia e Administração da USP, nega que esse seja o principal motivo que leva o consumidor a se tornar um compulsivo. "Nos Estados Unidos, antes de chegar nos caixas de supermercado, você tem que passar por um 'corredor polonês' cheio de produtos. Aqueles são produtos típicos de compra por impulso, mas que atingem todos os tipos de consumidor. No caso dos consumidores compulsivos, eles tornam-se presa fácil para os estímulos do marketing", e complementa: "O marketing não tem o propósito de agir sobre as pessoas compulsivas, e nem tem como distinguir quem é normal e quem compra compulsivamente".

Às vezes, o fato de um produto estar bem colocado na vitrine, ou em promoção, ou até sendo degustado em um supermercado, pode levar o compulsivo a comprá-lo porque chama sua atenção, mas ele poderia comprar qualquer outro produto, pois o impulso que lhe faz comprar independe do que ele vai adquirir. "Imagine a pessoa que está propensa a comprar. Ela responde bem a esses estímulos, e muitas delas sentem uma sensação de completude. Por não ser uma compra planejada, ela pode comprar aquilo que estiver chamando mais a atenção na hora", diz Fuentes. Nos casos de compra por internet ou TV, por exemplo, há muita devolução do produto justamente porque ele não é o mais importante no ato da compra. Quando o produto chega em casa, a pessoa percebe que comprou algo inútil e o devolve.

Para esses consumidores compulsivos, o professor Dilson dá uma dica: "saia com uma listinha e a siga rigorosamente. É uma forma de você se defender dos estímulos permanentes e que estão em qualquer lugar, gastando menos"

Serviço
Devedores Anônimos (DA) Rua Santa Ifigênia, 30, Igreja Santa Ifigênia - Centro, São Paulo –SP Fone: (011) 229-6706 ou 229-4066

Como saber se és um compulsivo?

  • não resistir ao impulso de comprar
  • gastar mais que o planejado, o que o prejudica financeiramente
  • acabar com seus planos de vida e das pessoas à sua volta
  • pedir dinheiro emprestado para os outros e até aplicar golpes para poder saldar a dívida
  • precisar efetuar a compra de qualquer maneira, independentemente do produto comprado
  • perceber que está comprando coisas que não usa ou usa muito pouco
  • assumir dívidas altas que comprometem sua renda mensal


Tratamentos:

Psicoterapia com profissionais especializados: a primeira etapa é passar o controle dos bens para alguém de confiança e a segunda, é o auto-conhecimento e a busca do motivo pelo qual a pessoa compra compulsivamente

Tratamento secundário com antidepressivos, nos casos em que o paciente apresenta quadro de depressão

Grupos de auto-ajuda, como o DA (Devedores Anônimos)

Fonte: Laura Lopes http://espaber.uspnet.usp.br/espaber/

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Quem Resiste ao Charme? UM SEDUTOR INTELIGENTE !

Na verdade esta foi uma Escolha Inteligente:
Além de competêcia é preciso seduzir a quem nos ouve......

Em Especial no que diz respeito ao conteúdo da letra....

Sobre Competência

Não sou pessoa que se deixe seduzir por reality shows.
Mas desta vez, assistindo a algo parecido com nosso show "idolos" porém ocorrido em United Kingdom (Factor X) pude perceber algo comum à nossa vida quotidiana.

Em uma das apresentações iniciais que seria a eliminatória, logo a princípo , ou seja the "first audition" aparece um jovem professor de 27 anos de nome Danyl Johnson que se propõe a cantar.
Ele gosta do que faz, ele o faz com perfeição e ainda ... "tira onda"
A música que ele escolheu foi: With A Little Help From My Friends... escolha muito inteligente, considerando a interação da platéia
Ninguém daria nada por esse candidato, mas percebam a energia empregada pelo cantor e sutileza do conteudo da letra:

What would you do if I sang out of tune,
Would you stand up and walk out on me.
Lend me your ears and I'll sing you a song,
And I'll try not to sing out of key.
Oh I get by with a little help from my friends,
hm I get high with a little help from my friends,
hm Gonna try with a little help from my friends.
What do I do when my love is away.
(Does it worry you to be alone)
How do I feel by the end of the day
(Are you sad because you're on your own)
No I get by with a little help from my friends,
hm I get high with a little help from my friends,
hm Gonna try with a little help from my friends.
Do you need anybody,
I need somebody to love.
Could it be anybody
I want somebody to love.
Would you believe in a love at first sight,
Yes I'm certain that it happens all the time.
What do you see when you turn out the light,
I can't tell you, but I know it's mine.
Oh I get by with a little help from my friends,
hm I get high with a little help from my friends,
Oh Gonna try with a little help from my friends.
Do you need anybody,
I just need someone to love,
Could it be anybody,
I want somebody to love.
Oh I get by with a little help from my friends,
hm Gonna try with a little help from my friends,
hm I get high with a little help from my friends,
Yes I get by with a little help from my friends,
With a little help from my friends.

Cuja tradução segue abaixo para que vcs entendam....

O que você pensaria se eu cantasse fora do tom?
Você levantaria e me abandonaria?
Empreste-me seus ouvidos
E cantarei uma canção pra você
E tentarei não cantar fora do tom
Oh, eu consigo com uma ajudinha de meus amigos
Eu fico tentando com uma ajudinha de meus amigos
Eu quero ficar louco com uma ajudinha de meus amigos
Eu só sobrevivo junto com meus amigos
O que fazer quando meu amor está distante?
(Ficar só te preocupa?)
Como eu me sentirei até o fim do dia?
(Você está triste porque está só?)
Você precisa de alguém?
Eu preciso de alguém para amar
Poderia ser qualquer um?
Eu quero alguém para amar
Você acreditaria num amor à primeira vista?
Sim, estou certo que isto acontece toda hora.
O que você vê quando apaga a luz?
Eu não vejo muito, mas eu sei que isto é meu,
Você precisa de alguém?
Eu preciso de alguém para amar
Poderia ser qualquer um?
Eu quero alguém para amar....
Este foi um clássico dos Beatles de composição de John Lennon e Paul McCartney