sexta-feira, 9 de julho de 2010

SOLIDÃO E TOC ( Transtorno Obsessivo Compulsivo)

Algumas pessoas simplesmente não conseguem se relacionar bem com outras pessoas, sem motivos aparentes, sem crises de agressividade por exemplo.
Isto afeta as relações de trabalho, relações familiares, mas PRINCIPALMENTE, são fatores que impedem a criação de novos laços, como amigos novos, namorados....
Milhões de pessoas podem estar solitárias devido ao constrangimento que este transtorno causa, ou pela recorrência de pensamentos que impedem a pessoa de confiar no parceiro, à vergonha, ou mesmo incompreensão dos motivos, inclusive por parte da pessoa afetada por este mal.
Isolam-se... permanecem solteiras... enfim... SOFREM !!! E nem sequer sabem que possuem tal transtorno...
O Transtorno Obsessivo-Compulsivo, mais conhecido como TOC, pode ser considerado um dos transtornos psicológicos mais difíceis de serem explicados, devido a sua complexidade.
A facilidade em confundir os sintomas com manias e superstições e a falta de conhecimento do portador sobre a doença, torna seu diagnóstico extremamente complicado de ser definido.
Um dos principais motivos que levam a população em geral ao pouco conhecimento sobre o TOC é a falta de informações divulgadas pela imprensa. Esta teria um papel fundamental na proliferação de tais informações, devido ao seu poder de alcance e de persuasão.
No entanto, poucos veículos de comunicação abrem espaço para que as dúvidas sobre o transtorno sejam esclarecidas ou para que os portadores tenham a oportunidade de compartilhar suas experiências.
A falta de informações sobre o TOC, que resulta no escasso conhecimento por parte da sociedade, faz com que o portador tenha receio de se expor, dificultando suas relações interpessoais. O medo de ser incompreendido ao exercer uma compulsão ou no momento de falar sobre suas obsessões com alguém leva o paciente, inclusive, a resistir ao tratamento médico.
CARACTERÍSTICAS DO TOC:
O transtorno obsessivo compulsivo é caracterizado por imagens mentais, pensamentos, vontades ou impulsos que invadem a consciência involuntariamente. A maioria dos casos de TOC aparece na vida adulta, porém hoje se sabe que pode ter início a partir dos seis anos de idade. A dinâmica familiar exerce um papel considerável no aparecimento e na evolução deste distúrbio, uma vez que influencia diretamente o desenvolvimente da criança. Desta forma, é importante ficar atento à forma como cada família lida com os problemas do dia-a-dia e de ser relacionar.
Os impulsos, as imagens e os pensamentos que invadem a consciência da criança são muito difíceis de serem identificados, pois nesta faixa etária é comum que todas as crianças tenham pensamentos mágicos e fantásticos (como evitar pisar na sombra, contar os passos, etc). Em contrapartida, para identificar a ansiedade que as obsessões causam, há as compulsões que são compreendidas como regras ou rituais que a criança desenvolve para buscar alívio ou prevenir pensamentos obsessivos. Em casos extremos o comportamento da criança pode ser completamente escravizado por estes pensamentos.

OBSESSÕES
1. •Pensamentos e preocupações com sujeira, germes;
2. •Medo de algo terrível acontecer a si mesmo, ou alguém amado: fogo, morte, doença;
3. •Pensamentos sobre simetria, ordem, exatidão, perfeccionismo extremo;(receber um beijo em uma face e exigir que a outra face seja beijada...)
4. •Escrupulosidade excessiva, obsessões religiosas;
5. •Preocupação em perder secreção do corpo, urina, saliva;
6. •Pensamentos sobre números de sorte ou azar;
7. •Medo de ter impulsos de agressividade, algo proibido, impulsos sexuais;
8. •Medo de ferir os outros ou a si próprio;
9. •Sons, palavras ou músicas intrusas que “não saem da cabeça".

COMPULSÕES
1. •Lavar repetidas vezes as mãos, escovar os dentes, tomar banhos;
2. •Rituais de repetição como abrir e fechar a porta, descer escadas;
3. •Checar portas, travas, tarefas, luzes;
4. •Diferentes rituais (manias) de escrever, falar, se movimentar;
5. •Rituais para se livrar de contaminantes;
6. •Ter que tocar as coisas; ter que ajeitar sempre algum objeto, ter que fazer tudo com simetria e bilateralidade.
7. •Medidas preventivas para não machucar ninguém;
8. •Arranjar as coisas, colocar em certa ordem, observar extremadamente detalhes de posições de objetos e controlar assim se foram tocados por outras pessoas;
9. •Contar e recontar;
10. •Empilhar ou colecionar;
11. •Rituais de limpar ou organizar a casa ou objetos. Ao ser interrompido, ter que começar tudo de novo.

Prováveis Causas, ou Gatilhos: Na infância é normal que o transtorno obsessivo-compulsivo apareça associado ao transtorno de ansiedade de separação. O que agrava ainda mais o quadro, pois por medo de ser rejeitada e 'não amada', a pessoa evita mostrar os sintomas, falar sobre eles ou mesmo se expor a situações que o obriguem a realizar seus rituais, a pessoa se isola e não consegue muitas vezes, entregar-se à amizade, e consequentemente ao amor, por vergonha, desconfiança, ou medo de perder o controle da situação.

Tratamento
Quanto mais cedo forem identificados os sintomas, mais precocemente o transtorno será detectado e mais favorável será o prognóstico.
O tratamento consiste em uma avaliação detalhada feita por um profissional especializado, psicoterapia cognitivo-comportamental, podendo ou não ser prescrito medicamento específico.
Uma boa relação entre o paciente, a família, e o profissional é de suma importância para o sucesso do tratamento, pois ela precisa sentir-se à vontade para se expressar sobre os pensamentos e compulsões.
A avaliação corresponde a entrevistas individuais com a criança ou adolescente, com seus responsáveis e uma com toda a família reunida. É necessário compreender como funciona a dinâmica familiar, uma vez que a família pode estar interferindo, mesmo que involuntariamente, no aparecimento e desenvolvimento dos sintomas.
A orientação e a informação para todos os que convivem com o paciente de forma significativa são fundamentais para a que a evolução do quadro seja favorável.

(apenas uma resenha, com a intenção de divulgar, e talvez melhorar a vida de algumas pessoas...)

8 comentários:

  1. caramba, estou passando p esse problema, estou sofrendo tanto, mas tanto com isso, n sei se vou conseguir me currar, comecei meu tratamento a 02 semanas, mas só a 04 dias estou tomando os medicamentos, perdi meu namorado. me afastei da minha familia, me intriguei com amigas, mae, tia,sai do meu emprego..enfim.. só agora me dei conta que preciso e muito de ajuda..tenho medo de ficar louca...meu pensamento é um só de abandono, solidao, vontade de n continuar a lutar e medo de perder de vz a pessoa que amo, mas parece que é tao forte que por mais que eu saiba que preciso de ajuda, acabo fazendo tudo o contrario do que deveria ter feito!!mas tenho fé em Deus que com a ajuda dele e do medicaento que estou tomando, eu possa voltar a ser uma pessoa melhor e encontre de fato alguem !!

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  2. Helane, os medicamentos, associados à terapia, normalmente levam aproximadamente 2 semanas até que o paciente perceba as primeiras diferenças nos sintomas. A relação com seu terapeuta irá também auxiliar no ajuste da dosagem, ou eventuais modificações do fármaco escolhido. O mais importante você já fez: procurou ajuda, e está fazendo um acompanhamento. A partir daí, é possível retomar suas atividades, e também, conversar com as pessoas mais próximas a respeito da situação, levando essas informações que hoje você já possui. Tenha certeza, que as pessoas que lhe querem bem, irão compreender e até auxiliar. Existe uma máxima, que os terapeutas costumam utilizar: "Quando uma pessoa teme ficar 'louca', é o melhor sinal de Sanidade!" Afinal, é um sinal de conscientização de que algo não vai bem, e o primeiro passo para a busca de auxílio especializado. Não pense, também, que o TOC faz de você uma pessoa 'pior', apenas há momentos de crise. Alguns pacientes relatam que sem o tratamento, realmente não conseguem reagir da maneira que chamamos de 'socialmente' adequada, e acabam por se isolar. Além dos gatilhos que deflagram os sintomas, conforme comentado no artigo, existe também uma alteração na produção de alguns neurotransmissores. Por isso, tanto o tratamento com fármacos, como a terapia, associados, é tão importante. Tenha fé e principalmente, perseverança. Tudo o mais... lhe será acrescentado. ;)

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  3. Fiquei um tanto assustada com o que acabei de ler. Como foi citado no artigo, infelizmente, não temos informações necessárias para descobrir a doença (se é que posso chamar assim, no início. Depois de ler as características do TOC, percebi que tenho alguns comportamentos parecidos. As vezes isso me incomoda e a falta de informação e até mesmo orientação, atrapalha o processo de identificação da "doença". Chris, parabéns pelo blog e pelas matérias, sem dúvida vai ajudar muita gente. Beijão

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  4. Adriana. Obrigada pelo elogio!
    Sim, este artigo não tem a intenção de "assustar", mas realmente de alertar sobre a dificuldade em perceber e delinear a existencia do transtorno. Todos nós temos algumas dessas características, como checar as fechaduras ou verificar se o gás está vazando... a diferença consiste nos pensamentos "intrusivos", do tipo "eu tenho que" fazer determinada coisa, ou "dizer", "senão"... como se não fosse possível fazer mais nada antes de concluir a tarefa, e até repetidas vezes (para ter 'certeza de que ficou direito'), demodo compulsivo mesmo, não se tem controle sobre realizar ou não a tal "tarefa". Passa a ser considerado transtorno propriamente dito, quando esse tipo de pensamento, e as atitudes associadas, chegam a atrapalhar a vida da pessoa, tomando muito de seu tempo, e demandando muita energia para isso, além de prejudicar os relacionamentos pessoais.
    Realmente espero que este artigo, assim como os demais, sejam de alguma valia, tanto para quem busca informações novas, que procuro veicular de maneira simples, como para o estudante da área da saúde. Agradeço por sua visita, e esteja sempe à vontade para comentar ou debater algum tópico, o que irá, com certeza, enriquecer esse espaço que é de todos nós. Abração!

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  5. Oi, meu nome é Cinthia tenho 19 anos, desde os 14 anos mais ou menos venho tendo essas compulsoes, manias exageradas de simetria, lavar as maos, verificar portas e etc..., a anos nao consigo nem encostar nos meus pais para abraça-los pois se o fizer sinto necessidade de tomar banho ou lavar o local com o qual encostei neles, TERRIVEL isso!!!, agora estou tendo problemas tambem com meu namorado, nao consigo confiar nele, pensamentos de que ele pensa em outra, deseja outra, invandem minha mente e brigo com ele, muitas vezes sem motivo algum,sem ele sequer imaginar o que esta passando na minha cabeça, por que acho que so quem tem toc pra entender, nao consigo explicar pra ele o que acontece, alias nem eu sei direito.. nao consigo ver que estou errada no momento em que brigo ou penso nessas coisas, mas sei que isso nao é normal ;S, ja tomei medicamentos como fluoxetina e outros diversos calmantes.. mas não vejo muita melhora daí eu regrido e paro!!! nao sei mais o que fazer!!! acho que nunca vivi tranquila, calma, com a mente livre, alguma sujestão pra o meu problema ?! ;/

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  6. Olá Cinthia, a melhor sugestão que eu posso te dar é realmente você fazer um acompanhamento com o profissional especializado (médico, neurologista ou psiquiatra, pois são eles que podem prescrever as medicações corretas), e depois seguir com terapia comportamental com psicólogo. Os ditos "calmantes" não são medicamentos indicados específicamente para esse tipo de transtorno,e podem mesmo complicar ainda mais a situação. No entanto o maior passo você já deu, que foi reconhecer os sitomas e perceber que precisa do acompanhamento, agora o segundo passo será se cuidar. A grande maioria das pessoas que busca o tratamento e o segue direitinho, passa ter uma vida normal, sem esses pensamentos "invasivos". Com um detalhe: são pessoas extremamente produtivas, e que passam então a se relacionar melhor com as pessoas em situações de tensão, quando corretamente tratadas. Você é jovem, tenho certeza que terá sucesso! Agradeço pela confiança, e quando puder, retorne para compartilhar esse sucesso! Abraços.

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  7. Tomo remédio e não fez nenhum efeito

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  8. Se uma pessoa exerce algum ritual apenas quando está muito anciosa, é considerada que tem toc?

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