domingo, 29 de novembro de 2009

C O M U N I C A D O do Laboratório Nacional de Luz Sincrotron - CeBiME

C O M U N I C A D O , em 23 de novembro de 2009

O Centro de Biologia Molecular Estrutural (CeBiME) anuncia suas novas instalações abertas aos usuários de todo o país e do exterior. Além da Ressonância Magnética Nuclear (RMN) e das Linhas de Luz MX1 e MX2 (instaladas no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron-LNLS), que há anos operam com as características de laboratório nacional multiusuário, o CeBiME está disponibilizando para agendamentos os laboratórios e infra-estrutura de apoio nas áreas de Espectrometria de Massas (MAS), Espectroscopia e Calorimetria (LEC), Micro-arranjos de DNA (LMA) e Cristalização de Proteínas (ROBOLAB). Os interessados poderão enviar suas solicitações de uso de equipamentos via Portal de Serviços. https://www.lnls.br/formularios/sau/cadastro/opcao.asp?acao=proposta

CeBiME - Criado em 1999 e aberto a usuários em 2001, o Centro de Biologia Molecular Estrutural (CeBiME) coordena e desenvolve pesquisa na área de Biologia Molecular Estrutural. Em maio de 2009 passou de centro incubado no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), o CeBiME passou a ser autônomo, reestruturando e expandindo sua atuação para Biociências. desenvolve vários projetos de pesquisa na área de Biologia Molecular Estrutural envolvendo a caracterização estrutural e funcional de proteínas associadas a doenças humanas como leucemias, dengue, doenças tropicais e de patógenos de plantas

C-2-Nano - Microscopia, Microfabricação e Síntese Química - Em 2008, o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), deu mais um importante passo para sua consolidação. Foi inaugurado, no dia quatro de março, o Centro de Nanociência e Nanotecnologia Cesar Lattes (C2Nano), que visa estudar as propriedades dos materiais em nível atômico e molecular. Fruto de esforços voltados à micro e nanotecnologia desde 1999, tanto na pesquisa básica quanto aplicada, o C2Nano conta com equipamentos e instrumentação de última geração que possibilitarão o desenvolvimento de materiais avançados com grande potencial econômico. Assim como as demais instalações do LNLS, o C2Nano é aberto à comunidade científica brasileira e internacional, e tem chamadas para submissão de projetos duas vezes ao ano.

O QUE É LUZ SINCROTRON

Laboratório Nacional de Luz Sincrotron - Campinas - SP - Brasil.
Luz síncrotron é a intensa radiação eletromagnética produzida por elétrons de alta energia através de um acelerador de partículas. Essa luz abrange uma ampla faixa do espectro eletromagnético: Raios-X, Luz Ultravioleta e Infravermelha, além da Luz Visível.
É com esta luz que cientistas estão descobrindo novas propriedades físicas, químicas e biológicas existentes em átomos e moléculas, os componentes básicos de todos os materiais.
O Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), instalado em Campinas, é o único deste gênero existente na América Latina e o primeiro instalado no Hemisfério Sul e desde julho de 1997, centenas de pesquisadores, do Brasil e do Exterior, utilizam a fonte brasileira de luz síncrotron para fazer pesquisas que visam desbravar novas fronteiras de conhecimento sobre os átomos e as moléculas, e também através da NANOTECNOLOGIA.
As pesquisas realizadas no LNLS são o passo inicial que pode levar ao desenvolvimento de novos materiais de alto desempenho - mais econômicos e menos nocivos ao ambiente - e a novos conhecimentos sobre materiais biológicos, como as proteínas, que irão propiciar mais adiante o surgimento de soluções para problemas de saúde.
O LNLS é única fonte de Luz Sincrotron do Hemisfério Sul, desenvolvido e contruído por equipe Brasileira. Isto coloca o Brasil no rol dos 14 países que dominam este tipo de tecnologia.
O LNLS é operado pela Associação Brasileira de Tecnologia de Luz Síncrotron (ABTLuS) mediante um Contrato de Gestão assinado com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).
Os recursos financeiros para manter o LNLS vêm do CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e Ministério da Ciência e Tecnologia.
O orçamento anual do LNLS é de 12 milhões de reais, incluso o pagamento de pessoal, recursos para a manutenção e novos desenvolvimentos tecnológicos. A equipe fixa tem 150 pessoas. Outras 50 integram a equipe como bolsistas e estagiários. Noventa por cento dos cientistas que usam o LNLS são de outras instituições.
Físicos, químicos, biólogos e engenheiros de materiais estão entre os principais usuários. Os cientistas passam alguns dias em Campinas (SP), onde fica o LNLS, e fazem as experiências necessárias em uma das estações experimentais instaladas na fonte de Luz Síncrotron. Depois, em seus locais de origem, analisam as informações obtidas.
O LNLS está instalado no Pólo II de Alta Tecnologia de Campinas onde estão a UNICAMP, a PUC-Campinas, a Fundação CPqD da área de telecomunicações e empresas de base tecnológica.
Além de propiciar a realização de pesquisas que só podiam ser feitas no Exterior, o LNLS tornou-se um impulsionador da formação de recursos humanos qualificados - na medida em que uma já extensa comunidade de cientistas ampliou as possibilidades de fazer Ciência de alto nível no País. Foi, igualmente, o propulsor da formação de mão-de-obra altamente especializada, ao desafiar jovens recém saídos de universidades e escolas técnicas a fazer um equipamento complexo sobre o qual muito pouco se sabia no Brasil quando o projeto foi lançado.
http://www.canalciencia.ibict.b
http://www.lnls.br
http://watson.fapesp.br/cepid/cepidmen.htm

sábado, 21 de novembro de 2009

Mente e cérebro – um ensaio

Durante séculos o conteúdo de nosso crânio foi visto como algo relativamente sem importância. Quando mumificavam os mortos, os egípcios antigos retiravam os cérebros e os jogavam fora, mas preservavam o coração com todo cuidado. Na Antiguidade, o grego Aristóteles acreditava que o cérebro funcionasse como uma espécie de radiador para esfriar o sangue. Já o francês René Descartes dizia que era um tipo de antena pela qual o espírito poderia se comunicar com o corpo.
Até aproximadamente um século, a única evidência de que o cérebro e a mente estivessem conectados derivava de “experiências naturais”: acidentes em que lesões cerebrais desencadeavam sintomas inusitados nos pacientes. Médicos abnegados delineavam as áreas afetadas observando as vítimas vivas – e associavam seus déficits às áreas lesionadas. A pesquisa era marcada pela lentidão das descobertas, já que era necessário esperar que as pessoas morressem para que fosse possível investigar a evidência fisiológica. Como resultado, até o início do século XX, todo o conhecimento sobre a base física da mente poderia ser abrigado em um único volume.
Desde então, avanços científicos e tecnológicos alimentaram uma revolução neurocientífica. Microscópios potentes tornaram possível observar em detalhe a intrincada anatomia cerebral. A compreensão cada vez maior sobre condução elétrica permitiu o reconhecimento das dinâmicas neurológicas e, mais tarde, com o advento da eletroencefalografia (EEG), sua observação e medição. Por fim, o desenvolvimento dos aparelhos de imageamento funcional permitiu que cientistas observassem o cérebro vivo em funcionamento. Nos últimos 20 anos, a tomografia por emissão de pósitrons (PET, na sigla em inglês), a ressonância magnética funcional (RMf) e, mais recentemente, a magnetoencefalografia (MEG) possibilitaram a produção de um mapa ainda mais detalhado das funções cerebrais.
Hoje podemos apontar o conjunto de circuitos que mantém nosso processo vital ativo, as células que produzem os neurotransmissores, as sinapses onde os sinais saltam de uma célula para outra e as fibras neurais que – entre tantas outras funções – transmitem dor ou movimentam nossos membros. Já temos informações sobre como os órgãos dos sentidos convertem raios de luz e ondas de som em sinais elétricos e podemos traçar as vias percorridas por eles até as áreas especializadas do córtex que respondem a eles. Sabemos que esses estímulos são pesados, avaliados e transformados em emoções pela amígdala – pequeno e valioso pedaço de tecido em forma de amêndoa situado na profundidade do lobo temporal.
Percebemos o hipocampo associado ao processo de retenção de memórias, bem como observamos o córtex pré-frontal fazer um julgamento moral. É possível reconhecer os padrões associados à diversão e à empatia – e mesmo a satisfação de ver a derrota de um adversário. Os resultados dos estudos de imageamento revelam o cérebro como um sistema surpreendentemente complexo e sensível, no qual cada parte influencia quase todas as outras. A cognição sofisticada, executada pelos lobos frontais, por exemplo, garante um feedback que afeta a experiência sensorial – de forma que o que vemos quando observamos um objeto é moldado pela expectativa, assim como pelo efeito da luz que atinge a retina. Por outro lado, a produção mais aprimorada e complexa do cérebro depende de seu mecanismo mais básico. Julgamentos intelectuais, por exemplo, reações corporais percebidas por nós, como emoções; e a consciência pode ser reprimida por uma lesão no modesto tronco encefálico.
Alguns estudos têm sido realizados no campo da robótica, para análise de Inteligência artificial – a máquina que pensa – ou ciborgue – expansão da mente, desde clássicos trabalhos de Andy Clark **, simulando perguntas e respostas, solução de equações complexas, e até mesmo tomadas de decisões e respostas emocionais.... com resultados que, até o presente momento, só parecem ser um tanto mais atraentes se levados ao ‘estado da arte’, como o fez Spielberg em seu filme A.I. Artificial Intelligence
FILOSOFANDO –
A primeira questão colocada pela filosofia da mente é a seguinte: serão mente e corpo a mesma coisa?
Nesse caso, será o pensamento apenas um produto do meu cérebro — que produziria pensamentos da mesma forma que o meu pâncreas produz insulina? Qual é a natureza dos fenômenos mentais?
A “alma” é representação da mente, ou de funções cerebrais? Nossas emoções e vontade se devem apenas a fenômenos biológicos com a finalidade de satisfazer funções fisiológicas básicas, ou vai além?
Desde o aparecimento dos trabalhos de Ramón y Cajal, nenhuma outra disciplina se desenvolveu tanto neste século XX quanto a neurociência. Até então muitos achavam que o sistema nervoso era um conjunto de vias neurais contínuas, subdivididas em minúsculos filamentos (nervos), cuja função seria comunicar o meio externo ao meio interno de nosso corpo, e com a finalidade de regulação e proteção, para o equilíbrio do meio interno.
Dispomos hoje de um conhecimento bastante preciso do funcionamento cerebral e das suas unidades básicas, bem como das reações químicas que nele ocorrem, através de neurotransmissores e receptores. Essas combinações tornam-no uma máquina extremamente poderosa, na medida em que são capazes de gerar configurações e arranjos variados num número astronômico.
Contudo, o grande desafio que a neurociência ainda enfrenta é a dificuldade (ou será uma impossibilidade?) de relacionar o que ocorre no cérebro com aquilo que ocorre na mente, ou seja, de encontrar algum tipo de tradução entre sinais elétricos das células cerebrais e aquilo que percebo ou sinto como sendo meus pensamentos.
Se ninguém pode observar a percepção que ocorre em mim, e se ninguém os encontra no meu cérebro, então posso formular duas perguntas: Onde estarão eles a ocorrer? E o que serão eles se — pelo menos inicialmente — não posso supor que sejam objetos como quaisquer outros que se apresentam diante de mim, como parte da natureza?
Estas duas questões estão na origem da determinação daquilo a que chamamos «subjetividade». Aquilo que percebo, existe para mim, pelo menos momentaneamente. Se ninguém mais pode observá-las, posso então dizer que estes são estados subjetivos (pensamentos, e emoções). Os estados subjetivos encontram-se na nossa mente, mas não na natureza. Eu preciso de uma mente para ter estados subjetivos.
Surge então uma pergunta preliminar: mas o que são as mentes? Se as mentes se caracterizam por ter estados subjetivos e esses não se encontram na estrutura física do meu cérebro, estaremos então a afirmar que não precisamos de cérebros para ter mentes? O problema que enfrentamos consiste em definir que tipo de relação existe entre a mente e o corpo ou entre a mente e o cérebro.
Podemos começar por considerar qual estratégia poderíamos adotar para abordar esse problema. Uma delas consiste em apostar no avanço progressivo da ciência e supor que o problema da relação mente e cérebro seja um problema empírico, ou seja, um problema científico como qualquer outro que algum dia acabará por ser desvendado.
O grande avanço da neurociência nos últimos anos e a progressiva e tentadora possibilidade de explicar a natureza do pensamento através da estrutura química do cérebro seria uma boa razão para adotar essa estratégia. Outra estratégia consiste em apostar que esse é um problema que ultrapassa os limites daquilo que a ciência pode vir a esclarecer. Qualquer uma das estratégias significa uma aposta que, de uma forma ou de outra, envolve uma tomada de decisão em favor de algum tipo de imagem do mundo.
Um exame preliminar de como a relação entre mente e cérebro poderia ser concebida parece forçar-nos a optar por dois tipos de alternativas básicas: ou os estados mentais (e estados subjetivos) são apenas uma variação ou um tipo especial de estados físicos (monismo); ou os estados mentais e subjetivos definem um domínio completamente diferente — e talvez à parte — dos fenômenos físicos (dualismo). A primeira sugere que existem apenas cérebros e que os estados subjetivos podem ser apenas uma ilusão a ser desfeita pela ciência. A segunda aposta na existência de algo a que chamamos "mentes" que, para alguns, só poderia ser explicado pela religião ou pela adoção de uma visão mística do mundo.
Nesse sentido o problema mente-cérebro é também visto como um problema ontológico: é preciso saber se o mundo é composto apenas de um tipo de substância, ou seja, a substância física, e se a mente é apenas uma variação desta última, ou se, na verdade, nos defrontamos com dois tipos de substâncias totalmente distintas, com propriedades irredutíveis entre si. Por outras palavras: há duas substâncias ou uma só? Há uma realidade ou pelo menos duas? Se há duas realidades, um mundo da matéria e outro imaterial, de que lado devemos situar as mentes? E para expor em palavras.. seria necessário um TRATADO.... e não apenas este simples ensaio.
Texto adaptado

http://www.redesparalaciencia.com/
**www.filosofiadamente.org/images/stories/textos/ciborgue.doc
Fontes: ‘Mente, Cérebro e Cognição – Teixeira, J.F. – (Petrópolis: ed. Vozes, 2000), pp.15-17.
http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/misterios_do_cerebro_4.html
http://www.filosofiadamente.org/content/blogcategory/3/5/ (bibliografia extensa)
http://www.ufscar.br/~djte/ (bibliografia extensa e um curso disponível no site da UFSCar)
http://philosophy.uwaterloo.ca/MindDict/C.html (Dicionário de filosofia a mente)
http://www.npcc.com.br/index.html (núcleo de psicologia cognitivo comportamental)

sábado, 14 de novembro de 2009

Currículo em Plataforma Lattes - Porque é tão importante:

SINÔNIMO DE QUALIDADE E CREDIBILIDADE EM PRODUÇÃO CIENTÍFICA:

"A Plataforma Lattes é a base de dados de currículos e instituições das áreas de Ciência e Tecnologia"
A Plataforma Lattes representa a experiência do CNPq na integração de bases de dados de currículos e de instituições da área de ciência e tecnologia em um único Sistema de Informações, cuja importância atual se estende, não só às atividades operacionais de fomento do CNPq, como também às ações de fomento de outras agências federais e estaduais.
Dado seu grau de abrangência, as informações constantes da Plataforma Lattes podem ser utilizadas tanto no apoio a atividades de gestão, como no apoio à formulação de políticas para a área de ciência e tecnologia.
O Currículo Lattes registra a vida pregressa e atual dos pesquisadores sendo elemento indispensável à análise de mérito e competência dos pleitos apresentados à Agência.
A partir do Currículo Lattes, o CNPq desenvolveu um formato-padrão para coleta de informações curriculares hoje adotado não só pela Agência, mas também pela maioria das instituições de fomento, universidades e institutos de pesquisa do País.
A adoção de um padrão nacional de currículos, com a riqueza de informações que esse sistema possui, a sua utilização compulsória a cada solicitação de financiamento e a disponibilização pública destes dados na internet, deram maior transparência e confiabilidade às atividades de fomento da Agência.
Em agosto de 1999, o CNPq lançou e padronizou o Currículo Lattes como sendo o formulário de currículo a ser utilizados no âmbito do Ministério da Ciência e Tecnologia e CNPq.
Em julho de 2005, a Presidência do CNPq cria a Comissão para Avaliação do Lattes, composta por pesquisadores de diversas áreas do conhecimento, com o objetivo de avaliar, reformular e aprimorar a Plataforma Lattes, corrigindo possíveis desvios e promovendo o aperfeiçoamento da ferramenta.
A integração da Plataforma Lattes com bases de dados de outras instituições, tais como a SciELO, a LILACS, a base de patentes do INPI, os bancos de dissertações e teses das universidades, e a bases de periódicos científicos através do DOI (Digital Object Identifier), conferem ao usuário do sistema a possibilidade de acesso, a partir do currículo do pesquisador, a um vasto acervo de informações científicas relacionadas a este pesquisador

QUEM FOI CESAR LATTES: Um dos maiores cientistas brasileiros, o físico Césare Mansueto Giulio Lattes, mais conhecido como César Lattes, tornou-se um ícone na produção científica mundial e um símbolo, para o Brasil, que serviu de inspiração e estímulo para as gerações seguintes. LATTES, no período da Segunda guerra mundial, iniciou pesquisas que contribuiriam para o avanço da ciência em relação à estrutura atômica. A descoberta do ‘méson pi’ (partícula efêmera, com massa entre a do elétron e a do próton) foi essencial para os estudos sobre radiação. Para efetuar suas pesquisas Lattes, com notável espírito empreendedor, montou o laboratório de Chaclataya, na Bolívia. Em parceria com outros pesquisadores, obteve importantes avanços como a reprodução artificial dos píons. Em trabalho conjunto com japoneses, fez descobertas como o fenômeno das 'Bolas de Fogo', nome dado às nuvens de mésons no interior dos átomos. Apesar de ser crítico de Einstein, suas pesquisas foram fundamentais para o desenvolvimento da 'Teoria da Relatividade', pois foram precursoras para a concepção dos 'quarks'. Dessa forma, apresentam fundamentos das teorias sobre a criação e a expansão do universo.
As contribuições de Lattes não se restringem ao meio acadêmico, no período de 1945 e 1956, houve uma forte intercecção entre ciência e política.
Os pesquisadores tinham a noção de que a ciência, para progredir, tem que partir de preceitos políticos capazes de arregimentar apoio logístico e financeiro em questões estratégicas para o desenvolvimento nacional. Em 1946, criou o CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas) como o primeiro centro independente para pesquisa em física, agora ligado ao Ministério de Ciência e Tecnologia. As suas participações perante organizações de fomento a pesquisa também foram decisivas como integrante da comissão responsável pela instituição do CNPq. Participou no período de fundação, nas primeiras reuniões e, posteriormente, como membro do Conselho Deliberativo de 1953 a 1955. Teve grande atuação em universidades como USP, na cátedra do Departamento de Física da Faculdade de Filosofia, em que implantou o laboratório de emulsões nucleares, e UNICAMP, na direção do Departamento de Cronologia, Raios Cósmicos e Altas Energias do Instituto de Física, onde montou o laboratório de Síncroton. De 1950 a 1959, esteve presente na Comissão de Raios Cósmicos da União Internacional de Física Pura e Aplicada, em que demonstrou a necessidade de integração em parcerias e cooperação entre nações em prol do desenvolvimento científico. Recebeu várias homenagens nacionais e internacionais em reconhecimento ao legado de suas contribuições.
A história do cientista confunde-se com a história da ciência no Brasil e no mundo.
(Centro de Memória do CNPq)


quinta-feira, 12 de novembro de 2009

DISAUTONOMIAS

O Sistema Nervoso Vegetativo ou autonômico (SNA) participa da modulação funcional de vários sistemas do organismo. O conjunto de manifestações clínicas que acompanham as suas disfunções, que recebem o nome de DISAUTONOMIAS, com uma gama muito ampla de sinais e sintomas.

MANIFESTAÇÕES DAS DISAUTONOMIAS

- Perda da resposta reflexa de ajuste da FC

- Vasculopatias: Perda de ajuste de tônus vascular (causando dificuldade de cicatrização, lesão da retina/cegueira...)

- Hipotensão ortostática
- Taquicardia de repouso
- Hipertensão supina
- Angina pectoris
- Infarto do miocárdio sem dor
- Parada cardiorrespiratória
- Alterações na motilidade do tubo gastro-intestinal (esofagite de refluxo, plenitude gástrica, diarréia noturna alternada com constipação)
- Anormalidades da sudorese (anidrose de membros inferiores com hiper-hidrose compensatória em tronco superior e face)
- Bexiga neurogênica,
- Impotência sexual
- Alterações da regulação do diâmetro pupilar.

Na neuropatia autonômica, existe redução da secreção das catecolaminas, desregulação do nível de glicose sangüínea, com episódios de hipoglicemia súbita

A morte súbita no curso de determinadas doenças como diabetes mellitus, síndrome de imunodeficiência adquirida, doença de Chagas e o infarto do miocárdio, tem sido freqüentemente associada a disfunção autonômica. Chama atenção para a grande incidência de parada respiratória neste grupo de pacientes.

- Vasculopatias das grandes artérias: A tendência a aterosclerose é bem conhecida nos diabéticos, que apresentam manifestações em torno de 10 a 12 anos mais cedo, do que nos não diabéticos. As mulheres diabéticas tem pronunciada aterosclerose, mesmo na ausência de outros fatores de risco e antes da menopausa. A proporção entre mulheres diabéticas e não diabéticas, com aterosclerose coronária e de 3:1, e nos homens de 2:1. A importância da gravidade desta lesão esta refletida na expectativa de vida dos infartados diabéticos, que é de 38% em cinco anos. Ao passo que, na população não diabética é de 49 a 83%.

- Vasculopatias das arteríolas e pré-capilares: Ultimamente, tem-se observado um grupo de diabéticos com manifestações de cardiopatia isquêmica e que ao exame coronariográfico apresenta coronária limpas, porém com comprometimentos dos pequenos vasos coronários intramurais. Tendo os diabéticos elevado risco de coronariopatia, devemos dar ênfase especial a detecção de isquemia miocárdica latente, com controle dos outros fatores de risco como hipertensão arterial sistêmica, tabagismo, dislipidemia, estresse e uso de medicamentos aterogênicos (terapia de reposição hormonal e corticosteróides).

A disautonomia pode ocorrer em qualquer paciente diabético, porém e mais freqüente nas doenças de longa duração e independente do uso de insulina.

- Lesão do nervo vago – A lesão do nervo vago pelo diabetes ocasiona um descontrole da freqüência cardíaca, com aumento na condição de repouso e resposta inadequada aos estímulos, a chamada freqüência cardíaca fixa.

DIAGNÓSTICO – A avaliação funcional do sistema nervoso autonômico é muito importante para caracterizar as disfunções, e para o correto tratamento, tem sido referida como tendência mais moderna de abordagem diagnóstica e mínimamente invasiva.

TESTES AUTONÔMICOS Os testes de avaliação do sistema nervoso autonômico cardíaco servem para demonstrar sua integridade e podem estar relacionados com as manifestações decorrentes de seu acometimento.

Os testes comumente empregados são:

a) Teste de Arritmia Sinusal Respiratória : Avaliação da Freqüência cardíaca momento-a-momento e a média da diferença entre as freqüências cardíacas máxima e mínima obtidas durante a inspiração e a expiração, com o paciente respirando na freqüência de 6 ciclos/minuto (0.1 Hz) o paciente respirando na freqüência de 6 ciclos por minuto (01. Hz) - considerando-se anormal quando a diferença <>

b) Manobra de Valsalva – Paciente em posição supina é instruído a soprar através de bocal conectado a manômetro aneróide durante 15 seg. após a inspiração profunda mantendo pressão de 40 mmHg, sendo obtida a taxa de Valsalva que e a relação entre o maior intervalo RR (após a manobra) e o menor intervalo RR (durante a manobra), sendo considerado anormal quando a diferença <>

c) Teste de exercício isométrico (”handgrip”) – manter 30% da contração máxima desenvolvida (avaliado por dinamômetro), durante 5 minutos, sendo considerado normal aumento reflexo da FC e da pressão diastólica de > 16 mmHg durante o esforço, acompanhado de bradicardia reflexa (após cessar o esforço); e resposta anormal quando a elevação da pressão diastólica não for sequer de 10 mmHg e não se observar alterações na freqüência cardíaca.

d) Teste ortostático ou posicional (Tilt head-up, Teste Postural Passivo) ; Pode-se usar protocolo de 1 a 5 minutos em Posição Ortostática Passiva a 45 graus sem apoio dos pés – avaliação da freqüência cardíaca durante o primeiro minuto e depois a cada minuto, verificando-se a relação do intervalo RR no ECG. Considera-se normal aumento da FC e venoconstricção, a cada minuto, para compensar a dificuldade do retorno venoso (diminuição da pré carga), anormal a diminuição da FC – síncope – considerado reflexo-vaso-vagal associado à disautonomia. Considera-se, também, normal a queda da pressão sistólica < style="mso-spacerun:yes"> > 30 mmHg.

Provas Farmacológicas só são realizadas na presença de profissional Médico especializado:

a) Teste de propranolol (bloqueio simpático) – aplica-se de 0.2 mg/kg por via venosa até o máximo de 10 mg, estando o paciente em posição supina e monitorizado pelo ECG, obtendo-se traçados de 10 seg. no 1′, 5′ e 10′ minuto após a aplicação. Considera-se como resposta normal queda mínima de 12 bpm de freqüência cardíaca inicial.

b) Teste da atropina (bloqueio parassimpático)– realiza-se após pelo menos 1 dia do teste do propranolol, aplicando-se 0.04 mg/kg de sulfato de atropina por via venosa, em paciente em posição supina e monitorização do ECG, obtêm-se traçados de 10 s no 1′, 5′ e 10′ minutos após a injeção. Considera-se normal um aumento de 25% da freqüência cardíaca inicial.

Tratamento – O tratamento é complexo e depende do tipo de etiologia da lesão do sistema nervoso autonômico. No caso do diabetes, considera-se um Protocolo de acompanhamento mais freqüente da estabilidade do paciente, considerando repetições mais regulares da glicemia, glicosúria e Hemoglobina glicosilada. A manutenção da glicemia de jejum inferior a 120 mg% e pós-prandial inferior a 180 mg% e glicohemoglobina e frutosamina normais, pode ser obtida com medicação, ou hábitos de vida saudáveis - atividade física leve diária e controle nutricional.

Referências:

Castro CLB, Nobrega ACL, Araujo CGS – Teste autonômicos cardiovasculares. Uma revisão Crítica. Parte I. Arq Bras Cardiol, 1992;59(1):75-85.

Julius S – Autonômic nervous system dysregulation in human hypertension. Am J Cardiol, 1991;67:3B-7B.

Clarke BF, Ewing DJ, Campbell IW – Diabétic autonômic neuropathy. Diabetology,1979;17:195-212.

Rosa-e-Silva, Lucilene ; OLIVEIRA, Ricardo Brant de ; FOSS, M. C. ; SOUZA-E-SILVA, C. . Neuropatia autonômica na pancreatite crônica relacionada ao alcoolismo com ou sem diabetes mellitus.. In: IV Congresso Paulista de Diabetes e Metabolismo, 2000, Águas de São Pedro. Anais do IV Congresso Paulista de Diabetes e Metabolismo, 2000.

Rosa-e-Silva, Lucilene ; OLIVEIRA, Ricardo Brant de ; TRONCON, Luiz Ernesto de Almeida ; FOSS, M. C. ; SOUZA-E-SILVA, C. . Autonomic nervous function in alcohol-related chronic pancreatitis.. Pancreas (New York), v. 20, n. 4, p. 361-366, 2000.

Rosa-e-Silva, Lucilene ; SOUZA-E-SILVA, C. ; IAZIGI, N. . Avaliação da função autonômica cardiovascular em pacientes com pancreatite.. In: VIII Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental, 1993, Caxambu. Anais da VIII Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental, 1993. p. 74.

Rosa-e-Silva, Lucilene ; OLIVEIRA, Ricardo Brant de ; SOUZA-E-SILVA, C. ; IAZIGI, N. . Evidências de neuropatia autonômica em pacientes com pancreatite crônica.. Revista Brasileira de Medicina, v. 50, p. 114, 1993.

Rosa-e-Silva, Lucilene ; OLIVEIRA, Ricardo Brant de ; SOUZA-E-SILVA, C. ; TRONCON, Luiz Ernesto de Almeida ; FOSS, M. C. ; GALLO JR, L. . Avaliação da função autonômica cardiovascular em pacientes com pancreatite crônica.. 1993. (Apresentação de Trabalho/Congresso).

Rosa-e-Silva, Lucilene ; OLIVEIRA, Ricardo Brant de ; TRONCON, Luiz Ernesto de Almeida ; FOSS, M. C. ; SOUZA-E-SILVA, C. ; GALLO JR, L. . Neuropatia autonômica na pancreatite crônica relacionada ao alcoolismo com ou sem diabetes mellitus.. 2000. (Apresentação de Trabalho/Congresso).

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O MITO DE SÍSIFO - ALBERT CAMUS

Sísifo encarnava na mitologia grega a astúcia e a rebeldia do homem frente aos desígnios divinos. Sua audácia, no entanto, motivou exemplar castigo final de Zeus que o condenou a empurrar eternamente, ladeira acima, uma pedra de mármore, que rolava de novo, ao atingir o topo de uma colina.

Uma metáfora dolorosa para muitos trabalhos modernos: fúteis, sem esperança e repetitivos. Albert Camus tenta extrair da lenda homérica as circunstâncias exatas que levaram a este extremo castigo. A lenda declara que Sísifo se rebelou contra os deuses, que ele não os levou a sério e tentou roubar os seus segredos. Outra lenda traz que Sísifo conseguiu prender a Morte (Tânato) em correntes, e que foi punido por isto por Plutão.
Para A.Camus, a negativa de Sísifo da morte e dos deuses faz dele o mais absurdo dos heróis, e seu castigo igualmente a maior metáfora para o homem existencial. Para Camus, o momento chave no castigo de Sísifo está naquele instante em que a pedra rola monte abaixo e Sísifo sabe que ele deve ir atrás dela e tentar, em vão como sempre, empurrá-la para o alto do monte e além... este é o momento da consciência adquirida.
Cada um de nós deve, em algum momento, vislumbrar o conhecimento e chegar à conclusão de que não importa quão duro a gente trabalhe, estamos fadados a falhar no sentido de que mais cedo ou mais tarde morreremos. Sísifo, como o homem, é rebelde mas incapaz (não possui poderes divinos), e é naqueles momentos de consciência que ele consegue transcendência sobre os deuses.
No final das contas, Camus vê em Sísifo não a imagem de um trabalho duro contínuo, cansativo e incessante, mas a de um homem alegre que reconhece que seu destino lhe pertence. Ele e somente ele pode determinar a essência da existência. Camus termina seu ensaio com Sísifo no pé do monte, preparado para suportar exercício tortuoso e inútil de rolar a pedra monte acima uma vez mais, mas Camus não vê Sísifo como atormentado, castigado; pelo contrário, ele vê Sísifo feliz.
Feliz porque descobriu o segredo da vida !!
A felicidade e o absurdo são dois filhos da mesma terra. São inseparáveis. O erro seria dizer que a felicidade nasce forçosamente da descoberta absurda. Acontece também que o sentimento do absurdo nasça da felicidade.
Sísifo é superior ao seu destino. É mais forte do que o seu rochedo. Se este mito é trágico, é porque o seu herói é consciente.

“Deixo Sísifo no sopé da montanha! Encontramos sempre o nosso fardo. Mas Sísifo ensina a fidelidade superior que nega os deuses e levanta os rochedos. Ele também julga que tudo está bem. Esse universo enfim, sem dono, não lhe parece estéril nem fútil. Cada grão dessa pedra, cada estilhaço mineral dessa montanha cheia de noite, forma por si só um mundo. A própria luta para atingir os píncaros basta para encher um coração de homem. É preciso imaginar Sísifo feliz."
In: CAMUS, Albert. O Mito de Sísifo, ensaio sobre o absurdo. Lisboa, Livros do Brasil

Sisyphus


Overtraining X Overreaching


Overtraining Syndrome ou Excesso de Treinamento:

Na literatura médica, encontram-se diversos significados para esta síndrome (conjunto de sinais e sintomas) que são geralmente associados ao treinamento de sobrecarga ou treinamento ‘duro’, durante alguns dias, seguido de um curto período de descanso.
Uma resposta fisiológica é desencadeada após um treinamento intenso, para que a capacidade de desempenho desportivo possa ser melhorada. Esse processo é chamado de supercompensação, para que se consiga atingir o ápice do desempenho.

Overreaching:

É essencial que se reconheça o tempo necessário para a supercompensação. Se um atleta ainda não se adaptou antes que um novo estímulo seja dado, um desequilíbrio progressivo e maior ocorrerá.
O resultado disso é o overreaching, que é um conjunto de sintomas transitórios, sinais e mudanças que aparecem durante um treinamento pesado e são diagnosticados através de testes. Tanto o overreaching como a síndrome do excesso de treinamento cursam com diminuição do desempenho físico, sinais e sintomas semelhantes, porém a diferença entre eles refere-se ao tempo de recuperação. No overreaching duas a três semanas podem restabelecer o equilíbrio de desempenho esportivo do atleta; já na síndrome do excesso de treinamento, este processo pode durar meses ou até anos e atinge de 7% a 20% dos atletas por temporada
Ela é definida como um distúrbio neuroendócrino (hipotálamo-hipofisário) que resulta do desequilíbrio entre a demanda do exercício e a capacidade funcional, podendo ser agravado por uma inadequada recuperação, decréscimo no desempenho desportivo e atlético, incidência de contusões, mudanças neuroendócrinas e imunológicas, alterações no estado de humor, fadiga constante, dentre outros sintomas.
São considerados indivíduos altamente suscetíveis ao desenvolvimento do quadro:
- Atletas muito motivados; - Atletas de alto rendimento; -Atletas que retornam precocemente aos treinos, antes de estarem completamente recuperados; - Atletas e não atletas que treinam por conta própria; -Indivíduos com orientação técnica não qualificada.
Tipos de overtraining syndrome:
- Overtraining tipo simpaticotônico:
Fácil de diagnosticar, pois o atleta sente-se doente com grande número de sinais e sintomas : anorexia, perda de peso corporal, sudorese, dores de cabeça, falta de energia, aumento de freqüência cardíaca basal e da pressão arterial, irritabilidade, insônia, inapetência, dificuldade de concentração, arritmias, aumento da resposta aguda das catecolaminas, adrenalina e noradrenalina, etc... Trata-se de uma resposta prolongada ao estresse, precedendo a exaustão, que acomete atletas mais jovens de esportes anaeróbios que envolvem velocidade, força e potência. Quantidades excessivas de treinamento, ansiedade e acúmulo de competições com intervalos insuficientes de recuperação são geralmente mencionados como fatores causadores de overtraining simpaticotônico. A ansiedade de ter que produzir esforços máximos no treinamento todo dia e competir em um grande número de eventos pode ser emocionalmente estressante, particularmente se o atleta é muito ansioso.
- Overtraining tipo parassimpaticotônico:
Caracterizada pela predominância de processos de inibição, fraqueza física e falta de atividade motora. O atleta pode dizer que não se sente cansado, mas não se encontra em condições de mobilizar energia necessária para participar de um evento esportivo (está “sem gás”). O atleta em repouso pode não apresentar sintoma algum, mas os mesmos podem sobrevir furtiva e inesperadamente. Ocorrem também manifestações de ordem depressiva e neurohormonais, apatia e baixa freqüência cardíaca de repouso. Esse tipo afeta atletas altamente treinados em esportes aeróbios como triatlon, natação de longa distância, maratona e ciclismo de estrada e é mais comum em indivíduos mais velhos, com maior tempo de vida desportiva.
Exames diagnósticos:
Várias alterações fisiológicas que ocorrem na síndrome do excesso de treinamento têm sido descritas, porém, nenhuma delas, até o momento foi considerada isoladamente confiável a ponto de ser aceita como teste diagnóstico. Algumas delas são: diminuição da freqüência cardíaca máxima durante um teste de esforço, alterações nas concentrações de lactato em esforço máximo ou seu limiar, redução da excreção noturna de noradrenalina, aumento do cortisol sangüíneo (ação catabólica), diminuição do hormônio testosterona (ação anabólica) e alterações nos níveis de creatinoquinase (enzima muscular) e uréia (prova de função renal) no sangue.

Fonte:Rev Bras Med Esporte(2005).

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Quem Tem Professor Aprende!!! Só Um Pouquinho de Filosofia ...

Quem
por medo do amor que morre
Na hora que o amor percorre
Recua, se afasta e corre
Ouça o conselho que eu lhe dou
É só você morrer de amor
Que a chama do amor não morre

Quem
por mágoa de amor se abate
Por medo que o amor maltrate
Ao invés de se dar combate
Ouça o conselho que eu lhe dou
É muito mais cruel a dor
Na casa que o amor não bate

Filosofia de amor não é rei nem doutor
Quem aprende
Só vai sair vencedor de um combate de amor
Quem se rende
Filosofia de amor só não é sabedor
Quem renega
Só vai prender seu amor e virar seu senhor
Aquele que se entrega

E o poeta é o professor
Que ensina todo dia
Filosofia de amor!...

(Jota Maranhão - Jorge Vercilo)
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Não há problema algum
em não saber quando não se tem conhecimento.
O problema está em não estar disposto a aprender.

Novas idéias não nascem em mentes conformistas...
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VIVA A SUA "LOUCURA"

"Não basta ensinar ao Homem uma especialidade, porque se tornará assim uma máquina utilizável e não uma personalidade. É necessário que adquira um sentimento, um senso prático daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo, do que é moralmente correto" (Albert Einstein)

"O ser humano vivencia a si mesmo, seus pensamentos, como algo separado do resto do universo - numa espécie de ilusão de ótica de sua consciência. E essa ilusão é uma espécie de prisão que nos restringe a nossos desejos pessoais, conceitos e ao afeto por pessoas mais próximas. Nossa principal tarefa é a de nos livrarmos dessa prisão, ampliando o nosso círculo de compaixão, para que ele abranja todos os seres vivos e toda a natureza em sua beleza. Ninguém conseguirá alcançar completamente esse objetivo, mas lutar pela sua realização já é por si só parte de nossa libertação e o alicerce de nossa segurança interior." (Albert Einstein)

ALQUIMIA

Desde a Grécia Antiga a vontade de entender os segredos do universo já intrigava as pessoas.

Aristóteles, um filósofo grego, acreditava que tudo o que havia no mundo era feito de quatro elementos: fogo, terra, ar e água. O fogo era fonte de energia e calor. A terra dava forma e substância às coisas. O ar significava o espaço vazio, o movimento, os sons e cheiros. E a água era o solvente que dava unidade e equilíbrio à mistura dos elementos.
Para Aristóteles, a quantidade de cada um desses elementos combinados é que dava à matéria suas mais diversas aparências.
Esse pensamento dos quatro elementos foi aceito durante muito tempo.
Séculos após os gregos, durante a Idade Média, homens que viveram na Europa e no Oriente tentaram ir além: entender melhor os mistérios da matéria. Esses homens eram os alquimistas.
Al, é um termo árabe, para designar Ser Supremo ou Todo-Poderoso, como Al-lah. O termo alquimia, designa a ciência de Deus, ou seja, a química de Al.
Os Alquimistas, desde o início da Era Cristã até o século XVII, buscavam incansavelmente obter a pedra filosofal e o elixir da longa vida, num misto de ciência com muito misticismo, pois eles acreditavam que praticando a alquimia purificariam além da matéria o espírito. Transformar metais em ouro e um elixir que curasse todas as doenças. Era isso que os alquimistas buscavam em seus laboratórios, na idade média, por meio de experimentos com o fogo, a terra, o ar e a água (os quatro elementos).

Foram eles que legaram à ciência moderna a descoberta de muitas substâncias, como subproduto de seus estudos, dentre eles podemos citar: a porcelana, vários ácidos (ácido sulfúrico), gases (cloro), metais (antimônio), técnicas físico-químicas (destilação, precipitação e sublimação), além de instrumentos de laboratório e algumas técnicas das quais se valeram mais tarde, outros cientistas.
Nicholas Flamel foi um dos maiores alquimistas da história. Ele nasceu em 1330, na França. A partir de 1380, começa a dedicar-se a experimentos alquímicos. Cerca de dez anos mais tarde ao início dos experimentos, ele teria conseguido transmutar metais em prata e ouro e inicia a realizaç
ão de um grande número de obras de caridade como a construção de igrejas, hospitais, abrigos, decorando-os com pinturas e esculturas contendo símbolos alquímicos. Tanto ele como sua esposa gozavam de uma saúde invejável e não aparentavam a idade que tinham, segundo alguns devido aos conhecimentos alquímicos de Flamel. Conta a lenda, que após a sua morte, ladrões violaram o seu túmulo em busca de ouro, mas não encontraram nem ouro, nem o corpo de Flamel. É por isso que dizem que, além da pedra filosofal, ele descobriu também o elixir da longa vida, e que está vivo até hoje.

Nostradamus ou Michel de Notre-Dame foi médico, alquimista e astrólogo. Nasceu em 14 de dezembro de 1503. Suas profecias ficaram tão conhecidas que chegam a ofuscar o restante de sua obra. Foi convidado por um alquimista, Julius César Scalinger, para conhecer suas pesquisas e permaneceu um tempo em sua casa. Acabou se casando com Marie Auberligne, grande estudiosa e auxiliar de Scalinger em seus experimentos. Foi nesta época que Nostradamus passou a aprofundar-se na Alquimia, utilizando a biblioteca escondida de Scalinger, porque nesse tempo era proibida qualquer prática alquímica.

Paracelso é o pseudônimo do alquimista e médico suíço Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus von Honheim. Nasceu em 17 de dezembro de 1493 na Suíça e tinha como princípio que a Pedra Filosofal da alquimia não devia ser somente para a procura do ouro e da prata, mas também de medicamentos para melhorar as condições de saúde do corpo humano, e assim, providenciar a forma de alcançar a vida eterna. Afirmava que “O homem não está na natureza; ele é da natureza.”

Roger Bacon viveu em torno do ano 1250 e foi um dos mais sábios estudantes da Alquimia, realizando até mesmo transmutações de metais. Bacon trabalhou no Calendário Juliano, aperfeiçoou instrumentos de óptica, fabricou a pólvora e aproximou-se muito dos princípios que permitiram a fabricação de óculos e telescópios alguns anos mais tarde. Foi preso duas vezes, pois os Franciscanos não toleravam seus questionamentos.

Isaac Newton, nasceu em 04 de janeiro de 1643, em Londres. Era alquimista, matemático e físico e foi um dos maiores gênios de todos os tempos. Desde pequeno já tinha uma enorme inteligência, resolvia problemas e criava engenhos. Sempre foi obstinado por seus livros e aos vinte e sete anos foi eleito Professor Titular de Matemática da Universidade de Cambridge. Nesta mesma época elaborou o cálculo infinitesimal. Publicou a obra Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, onde expunha sua teoria para a explicação do universo, baseada na atração da matéria.
Newton acreditava que a Alquimia deveria permanecer secreta e por esse motivo nunca publicou os resultados de seus experimentos alquímicos. Deve-se a isto o fato de pouco se saber a respeito. Newton buscava na Alquimia encontrar a estrutura do microcosmo. Apesar de seus intensos estudos sobre o assunto, que duraram de 1668-1696, ele não conseguiu explicar as forças que governam os corpos pequenos. Em 1940, baseado nos manuscritos deixados por Newton, foi escrito o livro “Os Fundamentos da Alquimia de Newton".

Com o passar do tempo, o caráter místico da alquimia foi desaparecendo, e no final do século XI, na época da Inquisição, muitos dos alquimistas que trabalhavam para a nobreza européia tornaram-se médicos e astrólogos.

A figura representa um laboratório da idade média.

Por - Professor Paulo Donizete Rosa
Licenciado em Química e Física. Licenciado em Matemática. Especialista em Metodologia do Ensino das Ciências.

Extraído de http://alquimistaspontocom.blogspot.com

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Exemplo de processamento diagnóstico para Troponina

Conceito cobas e-pack, elimina não só a perda de tempo na preparação dos reagentes, como no seu armazenamento, uma vez que são comuns a todos os sistemas cobas.


Poder de Consolidação e Eficiência do fluxo de trabalho

25 posições de reagentes prontos-a-usar em apenas dois suportes universais , comuns aos outros sistemas SWA da Roche.
Pro-BNP, Troponina T e outros marcadores cardíacos.

Ausência de carry-over

Rápido, sem contato físico devido às pontas descartáveis, possui total ausência de carry-over (contaminação de amostra para amostra). Uma gestão inteligente dos testes, priorização dos marcadores de hepatite, marcadores tumorais e BHCG, permite a execução dos testes com o máximo de segurança.

http://www.businessonconsult.com.br/roche-imunologia.php

Diagnóstico precoce de infarto do miocárdio com ensaios sensíveis à troponina cardíaca

O diagnóstico rápido e confiável de infarto agudo do miocárdio é a principal necessidade clínica ainda não atendida.

Pesquisadores europeus publicaram, recentemente, no New England Journal of Medicine, um estudo multicêntrico para avaliar a acurácia diagnóstica no Departamento de Emergência com 718 pacientes consecutivos que apresentavam sintomas sugestivos de infarto agudo do miocárdio. Níveis de troponina cardíaca foram determinados de maneira cega com a utilização de quatro ensaios sensíveis (Abbott Architect Troponin I, Roche High-Sensitive Troponin T, Roche Troponin I e Siemens Troponin I Ultra) e um ensaio padrão (Roche Troponin T). O diagnóstico final foi julgado por dois cardiologistas independentes.

Infarto agudo do miocárdio foi o diagnóstico final julgado em 123 pacientes (17%). A acurácia diagnóstica das medidas obtidas à apresentação, quantificada pela área sob a curva ROC (receiver-operating-characteristic; AUC) foi significativamente maior com os quatro ensaios sensíveis à troponina cardíaca, comparada ao ensaio padrão (AUC para Abbott-Architect Troponin I = 0,96; IC95% = 0,94 – 0,98; AUC para Roche High-Sensitive Troponin T = 0,96; IC95% = 0,94 – 0,98; AUC para Roche Troponin I = 0,95; IC95% = 0,92 – 0,97; e AUC para Siemens Troponin I Ultra = 0,96; IC95% = 0,94 – 0,98 vs AUC para o ensaio padrão = 0,90; IC95% = 0,86 – 0,94). Em pacientes que se apresentaram nas primeiras três horas após o início da dor precordial, as AUCs foram iguais a 0,93 (IC95% = 0,88 – 0,99), 0,92 (IC95% = 0,7 – 0,97), 0,92 (IC95% = 0,86 – 0,99) e 0,94 (IC95% = 0,90 – 0,98) para os ensaios sensíveis, respectivamente, e 0,76 (IC95% = 0,64 – 0,88) para o ensaio padrão. Não foi avaliado o efeito dos ensaios sensíveis à troponina no tratamento clínico.

Os pesquisadores concluíram que o desempenho diagnóstico de ensaios sensíveis à troponina cardíaca é excelente e estes ensaios podem melhorar substancialmente o diagnóstico precoce de infarto agudo do miocárdio, principalmente em pacientes com início recente da dor precordial.

Uma resenha de Early diagnosis of myocardial infarction with sensitive cardiac troponin assays
- New England Journal of Medicine; 2009;361:858-867